Bispo das Forças Armadas e de Segurança integrou comitiva que visitou contingente nacional no país

Maputo, Moçambique, 30 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança terminou esta segunda-feira uma visita a Moçambique, onde destacou o serviço dos militares portugueses na proteção às populações civis no país e na criação de condições de paz em Cabo Delgado.
“Defender estas pessoas não é um ato de agressão; é um dever de consciência”, disse D. Sérgio Dinis, na homilia da Eucaristia, que se realizou na Sé Catedral de Maputo, no passado domingo, informa o Ordinariato Castrense.
A celebração foi presidida pelo arcebispo de Maputo, D. João Carlos Hatoa Nunes, e contou com a concelebração do bispo auxiliar D. Tonito Francisco Xavier Muananoua e do bispo das Forças Armadas e de Segurança português.
D. Sérgio Dinis sublinhou que a missão dos militares portugueses, integrados na missão da União Europeia, tem um sentido “profundamente humano e ético”.
No dia em que assinalava a Festa da Sagrada Família, o bispo do Ordinariato Castrense Portugal traçou um paralelo entre a fuga de Maria, José e Jesus para o Egito e a realidade moçambicana.
“O Evangelho mostra-nos uma família ferida pela violência… José, Maria e o Menino tornam-se refugiados. Por isso, a Sagrada Família está próxima de tantas famílias moçambicanas marcadas pela pobreza e pela deslocação forçada, sobretudo no Norte do país”, referiu.
Convocado pelo Papa Francisco através da bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), o Ano Santo iniciou-se a 24 de dezembro de 2024 e encerrou-se este domingo nas dioceses de todo o mundo.
D. Sérgio Dinis lembrou que a conclusão do Jubileu na Arquidiocese não deve apagar a chama da esperança no coração dos crentes.
A viagem do bispo das Forças Armadas e de Segurança português a Moçambique, que se iniciou a 26 de dezembro, aconteceu no âmbito da visita oficial do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), General José Nunes da Fonseca.
“A deslocação, marcada por encontros estratégicos e momentos de profunda espiritualidade, serviu para reforçar os laços de cooperação militar e o apoio moral aos militares portugueses em missão no Índico”, assinala a diocese do Ordinariato Castrense.
A comitiva contou também com a presença do Brigadeiro-General João Conde, do Tenente-Coronel Carlos Silva, do Capitão José Assunção e do Sargento-Mor João Boaventura, tendo sido acompanhada de perto pelo Adido de Defesa em Maputo, Coronel Machado Custódio.
Segundo informa a Diocese das Forças Armadas e de Segurança, a visita contou, no dia 27 de dezembro, com o encontro entre o General José Nunes da Fonseca com o homólogo moçambicano, o General de Exército Júlio dos Santos Jane, “consolidando a fraternidade entre as duas forças armadas”.
No passado domingo, dia 28 de dezembro, a comitiva conheceu o contingente da Missão Europeia de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique, atualmente comandada pelo Comodoro César Correia.
“Portugal lidera esta missão não executiva que, só em 2025, formou mais de 800 militares moçambicanos em áreas críticas como logística, direitos humanos e forças de reação rápida”, indicou a diocese.
Já na segunda-feira, dia 29 de dezembro, o foco incidiu na Cooperação no Domínio da Defesa, com um encontro com o contingente liderado pelo Coronel Paulo Lourenço (em substituição do Bgen Raúl Matias), reafirmando o compromisso de Portugal na formação técnica e estratégica de Moçambique.
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