Responsável destaca papel «essencial» das Forças Armadas e de Segurança
Vila Real, 24 jan 2025 (Ecclesia) – O novo responsável da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança vai ser ordenado bispo este domingo, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Real, pelas 15h30.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Sérgio Dinis referiu que o papel de militares e polícias é “essencial” para a convivência pacífica no país, pedindo melhores condições para estes profissionais.
“É essencial que as Forças de Segurança nos ajudem a todos a uma convivência pacífica, na diversidade que vai ser a nossa sociedade. Que ninguém tenha dúvidas de que a nossa sociedade é cada vez mais plural, quer do ponto de vista étnico, quer do ponto de vista cultural e vista religioso, mas vivemos num Estado de Direito, que todos temos de respeitar”, assinalou.
O responsável foi nomeado para liderar o Ordinariato Castrense em novembro de 2024, pelo Papa Francisco, sucedendo nesta missão a D. Rui Valério, atual patriarca de Lisboa.
Neste Jubileu de 2025, dedicado pelo Papa à esperança, o entrevistado quis lembrar as mulheres e homens que servem as Forças Armadas e de Segurança “que vivem um certo desencanto até pela própria profissão”, para eles é preciso levar a esperança.
“Não apenas a esperança num futuro promissor, mas a esperança que nasce dentro, a esperança da fé, da confiança em Deus” sublinha.
O responsável reconhece o “mundo novo” que tem pela frente, assumindo “disponibilidade para aprender”.
“O bispo tem que fazer o que Jesus Cristo fazia, é caminhar com as pessoas, estar ao lado delas e falar-lhes com a própria vida”, assinala o responsável, que nos últimos 28 anos foi pároco de Murça, Vila Real.
O bispo da diocese transmontana, D. António Augusto de Azevedo, vai presidir à celebração como bispo ordenante, sendo co-ordenantes o bispo emérito de Leiria-Fátima, cardeal D. António Marto, e o patriarca de Lisboa e administrador apostólico do Ordinariato Castrense, D. Rui Valério.
O bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, sublinha a “alegria” com que a diocese recebeu a notícia desta nomeação episcopal.
“É uma escolha que, curiosamente, confirma uma tendência: esta diocese, além de tantos leigos que serviram nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança, tem dado também, ao longo dos anos, muitos capelães e já é o segundo bispo que vem deste presbitério escolhido para o Ordinariato Castrense”, referiu à Agência ECCLESIA. |
D. Sérgio Manuel Ribeiro Dinis nasceu a 8 de maio de 1970 em Ermelo, concelho de Mondim de Basto, Diocese de Vila Real; depois de frequentar o Colégio Salesiano de Poiares, foi aluno do Seminário de Vila Real e do Seminário Maior do Porto.
O novo bispo obteve a Licenciatura em Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto; obteve ainda a Licenciatura em Direito Canónico na Universidade Pontifícia de Salamanca (Espanha).
Sacerdote desde 17 de julho de 1994, incardinou-se na Diocese de Vila Real, onde iniciou o seu ministério pastoral como secretário do então bispo diocesano, D. Joaquim Gonçalves (1993-1996).
Desde 1996 até hoje foi pároco da Paróquia de Santa Maria Maior, em Murça; a partir de 1998 assumiu também a Paróquia de Nossa Senhora da Anunciação, em Noura.
O novo bispo foi ainda pároco de Santa Maria Madalena, em Candedo; de Nossa Senhora da Purificação, em Fiolhoso (1996-1998); e de São Sebastião, em Pópulo (1996-2014).
O Ordinariato Castrense de Portugal é assim designado a partir de 1986, com a Constituição Apostólica ‘Spirituali Militum Curae’’; 1966 e 2000, tratava-se de um setor pastoral a cargo do patriarca de Lisboa.
Através do decreto n.º 387/87, de 17 de março de 2001, João Paulo II decidiu anuir ao pedido formulado pela Conferência Episcopal Portuguesa, separando o múnus do Ordinariato Castrense de Portugal do de patriarca de Lisboa.
Pertencem ao Ordinariato Castrense e estão sob a sua jurisdição todos os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.
O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata assinada entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela Capelania Mor e pelos centros de assistência religiosa da Armada, do Exército, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.
HM/OC