Ordinariato Castrense: Bispo das Forças Armadas e de Segurança destaca importância da escuta, confiança e fidelidade para a vida militar

D. Sérgio Dinis presidiu à Missa Pascal da Escola das Armas, em Mafra

Mafra, 10 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Sérgio Dinis, destacou a escuta, a confiança e fidelidade como valores essenciais para a vida militar e pessoal, na Missa Pascal da Escola das Armas, em Mafra.

Perante militares, formandos e diversas entidades civis e religiosas de Mafra, o bispo do Ordinariato Castrense recorreu às figuras bíblicas de Abraão e Jesus para dar o exemplo de como em ambos se vê que a “fidelidade gera frutos” e a “resistência à verdade fecha portas”.

D. Sérgio Dinis começou por apresentar a atitude de Abraão, que “prostra-se por terra diante de Deus, antes mesmo de conhecer os contornos da aliança que lhe é proposta”, realçando que “este gesto está longe de ser um ato de submissão cega”.

“É, antes, a expressão de quem sabe que a confiança é o primeiro passo para o verdadeiro crescimento”, afirmou o bispo na homilia enviada à Agência ECCLESIA, acrescentando que “Abraão aceita pertencer a Deus e, ao fazê-lo, vê a sua vida transformada: recebe um nome novo, uma missão nova, um futuro novo”.

“Isto tem muito a dizer a quem, como vós, se encontra em formação, a preparar-se para assumir responsabilidades de comando, de decisão, de liderança. O caminho militar exige exatamente isso: disponibilidade, entrega, fidelidade a valores maiores do que nós próprios”, assinalou.

Segundo o bispo do Ordinariato Castrense, a Escola das Armas forma para “o serviço das Forças Armadas, mas também – e talvez sobretudo – para o serviço da Pátria, da paz e da verdade”, ressaltando que “isso exige uma pertença firme a ideais, um ‘nome novo que se recebe e se honra com a vida”.

Por contraste à primeira leitura, D. Sérgio Dinis lembrou que no Evangelho se encontra um “clima de resistência, de incompreensão, de conflito”, recordando quando “Jesus fala da vida que Ele veio trazer, mas os seus ouvintes recusam-se a crer”.

“Quando se recusa a verdade, acaba-se na violência. Quando não se aceita ouvir, parte-se para o confronto”, declarou.

“A grande pergunta que hoje se nos coloca é esta: de que lado estamos? Com Abraão, que escuta e confia, ou com os que tapam os ouvidos e endurecem o coração?”, questionou o bispo das Forças Armadas e de Segurança.

De acordo com D. Sérgio Dinis, “celebrar a Comunhão Pascal é renovar uma aliança”, “é aceitar deixar-se transformar por Deus”.

“É permitir que Ele nos dê um nome novo – não no registo militar, mas no coração: nome de discípulo, nome de homem ou mulher da verdade, da paz, da justiça, da coragem”, referiu.

O bispo do Ordinariato Castrense em Portugal defendeu que “num tempo de desafios e instabilidade, como aquele que vivemos, o mundo precisa de pessoas que, como Abraão, escutam primeiro, confiam depois, e constroem com perseverança”.

No final da homilia, D. Sérgio Dinis deixou um apelo: “Guardai a palavra. Formai-vos com exigência. Servi com honra. E permiti que Cristo

Ressuscitado vos renove por dentro, para que, como Abraão, sejais também vós pais de esperança e construtores de paz”.

Na Eucaristia estiveram presentes o presidente da Câmara de Mafra, Hugo Moreira Luís, o Comandante da Escola das Armas, Brigadeiro-General Octávio Avelar, além de representantes da Liga dos Combatentes, Bombeiros Voluntários e Irmandade do Santíssimo Sacramento, entre outros.

LJ/OC

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