Ordem Hospitaleira continua a remar contra a corrente

Decorre hoje, no Instituto São João de Deus, em Lisboa “O fórum da Hospitalidade: a contracultura”. Uma ocasião de debate e reflexão sobre a “contracultura que o próprio São João de Deus trouxe” sublinha o provincial dos Irmãos em Portugal, o Irmão José Paulo. O Irmão Aires Gameiro, responsável pelas comemorações dos 400 anos da Ordem Hospitaleira em Portugal, refere que a organização deste fórum pretende ser uma “provocação porque se diz que a sociedade está em constante mudança, mas é também muito conformista” referindo que “estamos mergulhados na cultura do politicamente correcto” desejando por isso, “desarrumar um pouco” para de levar as pessoas a pensar. Organizado com uma simbologia de viagem de comboio, “com uma linguagem metafórica”, os participantes “vão parando em diferentes apeadeiros ao longo do dia” refere o Provincial. Na primeira paragem, referiu-se à hospitalidade como contra cultura, como uma “atitude contrária aos dias de hoje” lamenta, quando “esta deveria ser uma característica da sociedade pela sua forma de intervenção”. O Instituto São João de Deus é a entidade gestora dos centros da Ordem Hospitaleira. A trabalhar em várias áreas de apoio, nomeadamente na saúde mental, “e tentando dar um contributo à sociedade e à própria Igreja, manifestando uma presença de Cristo”. Este fórum vem, assim oferecer uma reflexão sobre o lugar da hospitalidade nos dias de hoje. A parte da manhã foi composta pela presença de vários convidados, entre eles Odete santos, João César das Neves, Margarida Pinto Correia “com opiniões distintas mas complementares e vão ao encontro da diversidade da nossa sociedade quer em termos de ideologia quer em formas de intervir na realidade” aponta o Padre José Paulo. A discussão pretende ir “ao encontro dessa dispersão e a adesão foi muito boa, com muita participação no debate” refere. As opiniões tão diferentes podem até estar em rota de colisão, mas segundo o Ir. Aires Gameiro “são úteis, principalmente porque as questões da solidariedade e hospitalidade porque actualmente estão na moda e faz-se voluntariado porque é bonito”. Por isso, quando se dirigiu aos presentes chamou à necessidade de coerência entre exercer o bem, mas de uma forma sincera, ou seja, “as pessoas que façam o bem, mas que elas mesmas sejam boas” refere. Da parte da tarde, irão surgir novos desafios e vão ser dadas “novas achas para a fogueira” oferecendo novas perspectivas e “apelando a um compromisso” aos 180 participantes, assinala o provincial da Ordem Hospitaleira, Irmão José Paulo. Susana Queiroga, Acessora da Pastoral da Sáude e de Animação refere que “de uma forma geral, os portugueses são solidários e hospitaleiros, mas a nossa hospitalidade é ao nível do acolhimento, da atenção dada ao que mais necessita o que é esquecido nas cidades urbanizadas”. O voluntariado, presente na agenda social, não chega para dar resposta às necessidade. Susana Queiroga explica que a “estrutura que o Instituto São João de Deus tem, permite “acolher os voluntários de forma organizada levando este a sentir-se mais acompanhado e integrado na instituição” afirma, deixando o apelo apara que mais pessoas se sintam tocadas pelo voluntariado “especialmente na área da saúde mental”.

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