Opus Dei: Igreja vai beatificar engenheiro da «bondade e da paz»

Vigário regional destaca percurso de D. Alvaro del Portillo

Lisboa, 24 set 2014 (Ecclesia) – O vigário regional do Opus Dei em Portugal destaca o exemplo de vida e o percurso de santidade de D. Alvaro del Portillo, antigo responsável pelo Opus Dei, que vai ser beatificado este sábado em Madrid, Espanha.

“Era pessoa afável e cálida, com quem dá vontade de estar, via as coisas com bondade e dava paz. Era também realista, e de ingénuo não tinha nada”, começa por revelar o padre José Rafael Espírito Santo, em texto enviado à Agência ECCLESIA.

D. Alvaro del Portillo, “um dos primeiros padres do Opus Dei”, foi ordenado bispo aos 76 anos e colaborador próximo de São Josemaria Escrivá, fundador da Obra, para além de colaborador do Concílio Vaticano II de 1959 a 1965 e da Cúria Romana “até ao fim da vida”.

O padre José Rafael Espírito Santo escreve que D. Alvaro del Portillo foi engenheiro civil “por insistência, até ao máximo, e por caráter”.

Cada vez mais ligado ao fundador do Opus Dei, foi ordenado sacerdote aos 30 anos e deixou a atividade profissional mas, no início dos doutoramentos nas escolas superiores técnicas, “candidatou-se com um projeto sobre a modernização de uma ponte metálica” aprovado em 1965.

Desde 1959 que D. Álvaro del Portillo colaborava assiduamente em várias comissões do Vaticano II, mas mesmo assim completou a sua formação técnica, “sugando os restos de tempo disponível”, destaca o vigário regional do Opus Dei em Portugal.

Para o padre José Rafael Espírito Santo, também engenheiro civil, o futuro beato desenvolveu esta formação “por carácter” porque “olhava a vida como engenheiro”: “Desenhava bem, era prático, organizado, programava com realismo os objetivos e ponderava possibilidades”.

Por isso, no antigo líder do Opus Dei ser engenheiro “não foi um aspeto transitório, depois superado e finalmente esquecido”, destaca o responsável que considera que “foi um cromossoma que Deus pôs no seu ADN e que esteve ativamente presente no seu genoma de leigo, sacerdote, bispo, prelado, beato”.

O Vigário regional do Opus Dei em Portugal recorda ainda que o Papa Francisco sugeriu que ao pensar em D. Alvaro del Portillo se sentisse “o apelo de ‘imitar a vida humilde, feliz, escondida, silenciosa’”.

A nota enviada destaca ainda que o sucessor do fundador do Opus Dei foi “conhecedor da grande diversidade da Igreja espalhada pelo mundo” e “amigo próximo do Papa São João Paulo II”.

O responsável do Opus Dei em Portugal explica que a Igreja beatifica os homens “para se focar em Deus”, como “grande ‘responsável’ pelo que aconteceu na vida do santo”, e para que as pessoas “tropecem nalguma dessas vidas” e possam rever-se nessas existências.

“A ‘santidade’ não é coisa de laboratório, tubos de ensaio e luvas esterilizadas. É sempre drama da vida real, romance de graça e desgraça, queda e perdão, cair e levantar, começar e recomeçar”, acrescenta.

A beatificação do espanhol Alvaro del Portillo, este sábado, vai ser presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, e deverá contar com a presença de responsáveis católicos dos cinco continentes e pessoas vindas de mais de 80 países.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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