Porta-voz da Santa Sé lembra as vítimas de exploração laboral ou sexual e as mães alvo de discriminação
Cidade do Vaticano, 17 mar 2017 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas sublinhou a urgência de proteger e reafirmar a dignidade das mulheres no local de trabalho.
Numa declaração em Nova Iorque perante a Comissão da ONU sobre o Estatuto das Mulheres, que está reunida em Nova Iorque, D. Bernardito Auza também realçou as dificuldades que enfrentam particularmente as mulheres que hoje têm de abandonar os seus países, para escapar “à guerra e à pobreza”.
Mulheres adultas, jovens e mesmo crianças que acabam por cair nas malhas da “exploração e do tráfico sexual”.”
“É da maior importância que a comunidade internacional reafirme e proteja com veemência a dignidade das mulheres no local de trabalho, na família e em todos os setores”, apontou o representante da Santa Sé.
De acordo com a Rádio Vaticano, D. Bernardito Auza frisou a necessidade de desenvolver “medidas que combatam a precariedade no trabalho feminino” e que garantam o acesso de todas as mulheres “à formação e capacitação profissional”.
O arcebispo filipino destacou ainda a responsabilidade da comunidade internacional em “erradicar todas as formas de abuso, bem como a exploração e o tráfico de mulheres e meninas”
“Muitas dos refugiados atuais e migrantes forçados são mulheres, frequentemente acompanhadas dos seus filhos, que buscam desesperadamente a segurança económica para as suas famílias”, recordou o porta-voz do Vaticano.
A Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto das Mulheres vai estar reunida em Nova Iorque até dia 24 de março, para debater o tema ‘A sustentabilidade económica das mulheres num mundo laboral em mudança’.
Para a Santa Sé, é fundamental “respeitar a dignidade e os direitos das mulheres”, pois só com boas “oportunidades de trabalho”, e em iguais circunstâncias com os homens, é que elas poderão “dar largas ao génio feminino”.
A ligação à família foi outro desafio lembrado por D. Bernardito Auza, referindo-se às mães trabalhadoras ou às que querem ter filhos e que devido a essa circunstância são muitas vezes vítimas de discriminação ou de pressão no local de trabalho.
“Os governos e os empregadores privados têm de encontrar formas criativas de responder a este desafio, de modo a que as mães trabalhadoras não se sintam pressionadas ou forçadas a sacrificar a sua maternidade ou os seus anseios de família”, disse o observador permanente da Santa Sé.
JCP