Conflitos armados, migrações, pobreza e ambiente foram alguns dos desafios apontados pela Santa Sé na 32.ª conferência internacional da Cruz Vermelha
Genebra, Suíça, 09 dez 2015 (Ecclesia) – O representante da Santa Sé junto das Nações Unidas em Genebra apelou ao esforço conjunto dos organismos internacionais humanitários, católicos e da sociedade civil, face às ameaças que se colocam à humanidade.
“Desarmamento, e desamamento nuclear em particular, migrações, pobreza, conflitos armados, respeito pelos direitos humanos e pelas leis em vigor, mudanças climáticas e problemas ambientais, doenças, entre outros, são áreas que devemos trabalhar em conjunto, para assegurar um futuro melhor para as próximas gerações”, frisou D. Silvano Tomasi.
O arcebispo italiano participou em Genebra, Suíça, na 32.ª conferência internacional do Movimento Cruz Vermelha e Crescente Vermelho.
Segundo um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o responsável católico apontou para a necessidade de uma maior “vontade política”, acompanhada de mais “investimento económico e disponibilização de recursos humanos”, para responder às várias frentes que estão em aberto, um pouco por todo o globo.
Numa era em que os conflitos armados parecem ser “intermináveis” e os “desastres naturais”, consequência “da degradação do ambiente e das alterações climáticas, têm um “custo trágico”, é essencial apostar na “prevenção”.
E “a melhor prevenção”, salientou o representante da Santa Sé, “é através do desenvolvimento integral das pessoas, que tem de ter em conta aspetos como o progresso humano, social, económico, educacional, emocional e espiritual”.
“A melhoria da qualidade de vida, tanto dos indivíduos como das famílias, e a promoção das liberdades e dos direitos humanos, especialmente dos mais pobres e marginalizados, podem ser decisivas para evitar novos conflitos armados ou guerras civis”, disse D. Silvano Tomasi.
Uma aposta mais efetiva na formação e educação das pessoas pode também contribuir para que “as leis internacionais e humanitárias” deixem de ser tão “ignoradas e violadas”, complementou o arcebispo.
A 32.ª conferência internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho coincidiu com o 50.º aniversário da proclamação dos princípios fundamentais do Movimento: “Humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, serviço voluntário, unidade e universalidade”.
Na sua intervenção, o delegado permanente da Santa Sé junto da ONU em Genebra enalteceu o “contributo inestimável” que aquela rede humanitária tem dado ao serviço dos mais carenciados e desfavorecidos, “especialmente em situações de crise”.
“Em nome da Santa Sé, quero reconhecer particularmente o esforço da Cruz Vermelha em resposta à epidemia de ébola que causou tanto sofrimento na Guiné, na Libéria e na Serra Leoa”, concluiu.
Durante a conferência em Genebra, foi decidida a atribuição de um louvor a todos os voluntários que “abnegadamente” prestaram apoio às comunidades locais e às famílias vítimas do vírus.
JCP