Cardeal Pietro Parolin falou do perigo dos jihadistas do Estado Islâmico, na Assembleia Geral das Nações Unidas
Nova Iorque, Estados Unidos da América, 30 set 2014 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano apelou à determinação da comunidade internacional na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico, durante a sua intervenção na 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.
“Com a dramática situação no norte do Iraque e nalgumas partes da Síria, vemos um fenómeno totalmente novo: a existência de uma organização terrorista que ameaça todos os Estados, visando dissolvê-los e substituí-los com um governo mundial pseudorreligioso”, disse o cardeal Pietro Parolin, esta segunda-feira.
O texto, divulgado hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, alerta para o perigo de uma “indiferença” global perante o sofrimento provocado pelo extremismo que atinge grupos étnicos, populações e culturas ancestrais.
O cardeal lamentou que a ONU permaneça “passiva” face à violência que vitima “populações indefesas”, repetindo os alertas do Papa pela paz nos territórios ocupados pelo autoproclamado Estado Islâmico.
“Num mundo de comunicações globais, este novo fenómeno encontrou seguidores em numerosos países”, observou o secretário de Estado do Vaticano.
Para o cardeal italiano, diplomata de carreira, este é um “desafio” que deve levar os vários governos a uma “resposta unificada”, através dos mecanismos ao dispor das Nações Unidas para “prevenir a guerra, travar os agressores, proteger as populações e ajudar as vítimas”.
“As novas formas de terrorismo levam a cabo ações militares em larga escala, que não podem ser contidas por um único Estado e que querem de forma explícita fazer guerra contra a comunidade internacional”, sublinhou.
Seguindo o pensamento do Papa Francisco, a delegação da Santa Sé reafirmou que considera “lícito e urgente” que se “trave a agressão através de ação multilateral e uso proporcionado da força”.
“Como representante de uma comunidade religiosa em todo o mundo, que abraça várias nações, culturas e etnias, a Santa Sé espera sinceramente que a comunidade internacional assuma a responsabilidade de tomar em consideração os melhores meios para travar todas as agressões e evitar a prática de novas e ainda mais graves injustiças”, afirmou o cardeal Parolin.
Noutra passagem do discurso, o secretário de Estado do Vaticano afirmou que a ONU e os Estados-membros têm uma “grave responsabilidade face aos pobres e excluídos”, sustentando que “a justiça social e económica é uma condição essencial para a paz”.
OC