Cidade do Vaticano, 27 jan 2016 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que são precisas “decisões corajosas” para resolver o conflito que opõe Israel e a Palestina.
“Cresce a preocupação da Santa Sé pelo difícil impasse em que se encontra o processo de paz Israel-Palestina, uma crise tão grave que coloca em dúvida a validez dos Acordos de Oslo”, disse o arcebispo Bernardito Auza.
Ao Conselho de Segurança da ONU, na sessão desta terça-feira, o prelado alertou para a “necessidade de decisões corajosas” e concessões recíprocas de ambas as partes para conseguirem uma “situação de segurança, prosperidade e coexistência pacífica”.
Neste contexto, o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas recordou que o Papa Francisco já tinha assinala que são dois povos – israelitas e palestinos – que do “profundo” dos seus corações “não pedem nada mais” do que uma paz impedida por uma “retórica de propaganda e de recurso à violência”.
“Uma violência que não poupou sofrimentos nem mesmo aos cristãos em muitas regiões do Médio Oriente, mas pode ser derrotada através da diplomacia e do diálogo”, observou o arcebispo Bernardito Auza dando como exemplo o Acordo Global entre Santa Sé e Estado da Palestina, assinado em junho de 2015.
“Um verdadeiro exemplo de diálogo e cooperação inclusive para os outros países de maioria árabe e muçulmana”, acrescentou o prelado, sobre o acordo que entrou em vigor este mês de janeiro.
O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas referiu-se ainda aos conflitos na Síria e na Líbia reforçando o apelo ao “bloqueio do fluxo de armas” e ao reforço de ações pelos refugiados e deslocados na região.
Segundo D. Bernardito Auza, a Igreja Católica apoia a Resolução 2254 – que garante o respeito da soberania, da independência, da unidade e da integridade territorial da República Árabe da Síria e insiste numa solução política do conflito – do Conselho de Segurança das Nações Unidas e foi aprovada por unanimidade em dezembro de 2015.
A Santa Sé, adiantou o arcebispo, observa com “particular esperança” as iniciativas de diálogo promovidas pela comunidade internacional e os colóquios previstos para esta sexta-feira, em Genebra, Suíça.
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