Cidade do Vaticano, 07 jun 2016 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas, em Genebra, Suíça, assinalou que para conseguirem paz Israel e a Palestina devem ter “mais coragem” e recomeçar as “negociações diretas com apoio internacional”, rejeitando a “manipulação” religiosa.
“As religiões e fiéis devem parar com o ódio recíproco. Quanto mais a religião é manipulada para justificar atos de violência mais os líderes religiosos devem empenhar esforços globais para derrotar a violência”, disse D. Ivan Jurkovi?, divulga a Rádio Vaticano.
O arcebispo esloveno pediu aos líderes religiosos que repudiem uma religião que estimule a violência porque “o compromisso é o dever da paz” e alertou que a crise tem sido agravada, nos últimos anos, por outros conflitos, em particular a guerra na Síria.
Na Conferência Internacional das Nações Unidas para paz entre Israel e Palestina, o chefe da delegação do Vaticano começou por recordar que a criação de um Estado palestiniano está sem uma resposta satisfatória desde que a ONU nasceu.
O observador da Missão Permanente da Santa Sé em Genebra [instituída pelo Papa Paulo VI a 1 de fevereiro de 1967] pediu o reforço do vínculo entre diplomacia formal e diplomacia informal baseada na fé.
“Reforçar esse vínculo pode dar uma forte contribuição para realizar a paz entre israelitas, palestinianos e a todos os habitantes da região”, acrescentou.
Para D. Ivan Jurkovi?, o processo de paz só avança com “negociações diretas” entre as duas partes apoiadas pela comunidade internacional, por isso, apela a Israel e Palestina que tomem “decisões corajosas” porque os dois povos “já sofreram demais” a partir do pressuposto que as “diferenças” podiam “ser resolvidas com a força”.
A delegação da Santa Sé da ONU sublinhou ainda que a paz deve ser alcançada com soluções políticas acompanhadas de “reconciliação e respeito recíproco”.
Segundo a emissora do Vaticano, o prelado assinalou ainda positivamente o facto da Conferência Internacional das Nações Unidas para paz ponderar o papel da sociedade civil nesse processo.
O prelado esloveno destacou que a Santa Sé “sempre favoreceu a solução de dois Estados” e recordou a visita do Papa emérito à Terra Santa, em 2009, quando Bento XVI disse que Israel tem o direito de existir e viver em paz tal como os palestinos têm direito a uma pátria independente e soberana.
O Papa Francisco apelou “que a ‘solução de dois Estados’ se torne realidade e não permaneça um sonho”, a 25 de maio de 2014, em Telavive, na sua visita à Terra Santa.
CB/OC