ONU: Santa Sé classifica atos do Estado Islâmico como «indescritíveis e repugnantes»

D. Silvano Tomasi defendeu em Genebra «uma resposta adequada por parte da comunidade internacional»

Cidade do Vaticano, 26 mar 2015 (Ecclesia) – O arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, classificou em Genebra os crimes que têm estado a ser cometidos pelo Estado Islâmico como “indescritíveis e repugnantes”.

Segundo um comunicado publicado hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, aquele responsável condenou a violência que o grupo fundamentalista islâmico tem levado a cabo, ações “que não ligadas à religião mas a uma falsa interpretação da mesma, transformada em ideologia”.

“O uso da religião para matar pessoas e destruir vestígios da criatividade humana, construídos ao longo da História, tornam as atrocidades em curso ainda mais repulsivas e condenáveis”, frisou D. Silvano Tomasi, referindo-se a atos do Estado Islâmico como a “decapitação” de prisioneiros e a demolição da antiga cidade de Nimrud, no Iraque.

Nesse sentido, o arcebispo italiano defendeu a necessidade de “uma resposta adequada por parte da comunidade internacional, que ponha de lado interesses setoriais e que cumpra o imperativo moral de salvar vidas”.

Na sua mensagem, difundida perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, o representante da Santa Sé junto das Nações Unidas debruçou-se também sobre a necessidade de uma correlação mais “justa” entre “liberdade de expressão e de religião”.

Para D. Silvano Tomasi, trata-se de “um desafio delicado, complexo e urgente”, sobretudo no âmbito do “respeito” que deve reger a relação entre as diversas sensibilidades religiosas” e da “convivência pacífica” que tem de caraterizar um “mundo cada vez mais plural”.

Dado que “tem sido difícil equilibrar a relação entre aqueles dois direitos humanos fundamentais, quer a nível normativo ou institucional”, o representante católico considera fundamental apostar num “debate de ideias aberto, construtivo e educado” à volta desta matéria.

“Assim como num diálogo inter-religioso e intercultural a nível local, nacional e internacional, que pode ter um impacto positivo no combate ao ódio religioso, ao clima de provocação e violência”, complementou.

JCP

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