Observador da Santa Sé acredita que encíclica «Laudato Sí» vai influenciar «Agenda de Paris»
Cidade do Vaticano, 14 ago 2015 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU) destacou a recetividade à encíclica ‘Laudato Sí’, dedicada ao clima, e a “grande expetativa” por receberem o Papa Francisco, a 25 de setembro, em Nova Iorque.
“O primeiro indicador dessa grande expectativa para a visita do Papa são os milhares de pedidos de bilhetes que, infelizmente, não poderemos dar. Já tive encontros com o protocolo para ver como responder da melhor maneira possível aos muitos pedidos”, comentou D. Bernardito Auza.
“Com certeza, esperamos viver essa experiência, um grande evento, inclusive para a ONU”, observou o responsável.
O quarto Papa a visitar a sede das Nações Unidas vai encontrar-se com o secretário-geral, Ban Ki-moon, e com o presidente da Assembleia Geral da ONU, no contexto da viagem apostólica que vai fazer aos Estados Unidos da América.
Francisco vai visitar as Nações Unidas depois dos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.
Sobre a Encíclica ‘Laudato Sí’, o Observador permanente da Santa Sé na ONU revelou que ficou “bastante contente” com as reações “muito positivas” em relação ao documento dedicado ao ambiente.
“Todos falavam sobre ela já antes de sua publicação e, sobretudo, depois”, acrescentou, assinalando que no âmbito da ONU, a “Encíclica foi muito bem acolhida”.
D. Bernardito Auza adiantou que durante as recentes negociações intergovernamentais, sobre a ‘Agenda pós-2015 sobre o desenvolvimento sustentável, “muitas delegações citaram o documento papal publicado a 18 de junho.
O prelado assinala também que percebeu uma “crescente consciencialização” sobre a importância da compreensão de uma “economia mais integral”, como apela o Papa, a partir do que ouviu oficialmente dos países membros da ONU – “sobretudo dos países em desenvolvimento” – e das grandes organizações internacionais ligadas à economia e comércio.
Neste contexto, o bispo filipino que destaca a “influência inspiradora” da Encíclica nas “negociações para o desenvolvimento” acredita também nesta ação na Conferência de Paris sobre o ambiente, em dezembro deste ano.
“Creio que a filosofia, a teologia moral que impele os Estados, homens e mulheres a alcançar um acordo, o Papa já as tenha dado nessa Encíclica”, declarou D. Bernardito Auza à Rádio Vaticano.
RV/CB