Antigo primeiro-ministro português está muito próximo de ser o próximo secretário-geral das Nações Unidas
Funchal, Madeira, 05 out 2016 (Ecclesia) – A Diocese do Funchal saudou hoje a eleição de António Guterres no Conselho de Segurança da ONU para secretário-geral das Nações Unidas.
“Felicidades para as Nações Unidas e para o Eng. António Guterres. É um orgulho para Portugal e para todos nós”, refere uma mensagem publicada no perfil da diocese na rede social Facebook.
O ex-primeiro-ministro português foi hoje o mais votado no Conselho de Segurança das Nações Unidas para secretário-geral da ONU.
Os 15 embaixadores dos países com assento no Conselho de Segurança falaram aos jornalistas para anunciar o nome de António Guterres, que recebeu 13 votos de “encorajamento” e duas abstenções.
Esta quinta-feira vai ter um lugar um “voto formal” em que o nome do português deve ser aprovado “por aclamação", disse o embaixador russo e presidente do Conselho de Segurança, Vitaly Churkin.
O presidente da República Portuguesa publicou uma nota em que confessa a sua “grande alegria e emoção” após a notícia do acordo no Conselho de Segurança.
“É uma excelente notícia para as Nações Unidas, porque é o melhor candidato para o cargo, é uma excelente notícia para Portugal, porque é um português de enorme valor a ocupar o lugar mais importante da mais importante organização internacional”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, num texto divulgado pelo site da Presidência.
António Manuel de Oliveira Guterres, de 67 anos, nasceu a 30 de abril de 1949 na freguesia de Santos-o-Velho, em Lisboa.
O seu percurso como católico levou-o a integrar o chamado ‘Grupo da Luz’, nos anos 70 do século passado, participado por personalidades que eram contra o regime da altura, incluindo, entre outros, Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Santos Ferreira e o padre Vítor Melícias.
Guterres foi eleito primeiro-ministro de Portugal em 1995, governando o país até dezembro de 2001, quando se demitiu, após a derrota eleitoral do PS nas eleições autárquicas
Em 2005, assumiu o cargo de Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, que exerceu até dezembro de 2015.
Em março de 2015, participou na segunda sessão do ciclo de conferências ´Nova Ágora´, promovidos pela Arquidiocese de Braga, onde defendeu a necessidade de reafirmar “os valores da tolerância ou da solidariedade” nas nossas europeias, desejando que a escola seja “um fator decisivo, de integração e de afirmação desses mesmos valores”.
Em janeiro de 2016, já após concluir o percurso como alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres disse à Agência ECCLESIA que o Papa Francisco é um “aliado precioso na defesa dos refugiados e das vítimas de perseguição”.
“A Igreja tem sido sempre, particularmente ativa, e o Papa Francisco, com as caraterísticas que lhe são próprias, veio dar à expressão daquilo que foi sempre a voz da Igreja, um particular impacto e significado, como um aliado precioso no combate para com os refugiados e as vítimas de perseguição”, afirmou.
Francisco e Guterres encontraram-se no Vaticano a 6 de dezembro de 2013, em audiência privada.
OC