Oeiras: Peregrinação Fluvial do Círio ao Santuário da Atalaia assume «tradição do rio para fazer Igreja» (c/vídeo)

Padre José Luís da Costa, da Vigararia de Oeiras, salienta «grande contexto familiar, de amizade» na iniciativa

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

Lisboa, 28 mai 2024 (Ecclesia) – A Peregrinação Fluvial do Círio de Oeiras ao Santuário da Atalaia, no Montijo, uma tradição no rio Tejo que remonta ao século XV, vai realizar-se este sábado, pela terceira vez, num “grande contexto familiar, de amizade” entre todos os participantes.

“Usar o rio e a tradição do rio para fazer Igreja, comunidade que se reúne e como no século XV para demandar sinais de esperança, de partilha e comunhão”, disse o vigário de Oeiras, no Patriarcado de Lisboa, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O padre José Luís da Costa destaca a intenção de ver o Tejo como “fator de comunicação”, e não como “fator de separação e de bloqueio”.

A Peregrinação Fluvial do Círio de Oeiras, com “diferentes embarcações tradicionais”, começa no porto de embarque, continua ao logo do rio e termina na Atalaia, após o desembarque no Montijo num percurso terrestre de quatro quilómetros até ao santuário mariano.

“Quem vai participar nesta peregrinação, com o espírito de peregrinação, vai também entrar no mundo histórico e vai estar envolvido neste protagonista que são os barcos tradicionais, que tem ali concentrada a experiência náutica portuguesa de séculos”, explicou o coronel Alpedrinha Pires, presidente da Âncoras – Associação Náutica Clássicos de Oeiras.

Segundo este entrevistado, os participantes vão viver “um dia absolutamente excecional” no estuário do Rio Tejo que “é uma Babilónia náutica”.

“O nosso grande interesse é a demonstração, a evidência do património cultural e marítimo do Tejo, no que diz respeito à associação náutica que representamos. A riqueza extraordinária do Tejo, as diferentes embarcações tradicionais, as diferentes culturas marítimas”, desenvolveu.

A Peregrinação Fluvial do Círio de Oeiras ao Santuário da Atalaia é também uma oportunidade para descobrir a biodiversidade, o coronel Alpedrinha Pires lembra a natureza, “os flamingos”, e realça que “o Tejo está cada vez mais vivo e recuperado”.

O presidente da Associação Âncoras destaca que a peregrinação de Oeiras à Atalaia é “fator de união das comunidades marítimas” e também dos dois municípios que os apoiam, as Câmaras Municipais de Oeiras e do Montijo, para além das outras autarquias que “têm embarcações tradicionais”; nas edições anteriores contaram com 250 peregrinos e 12 embarcações típicos, num total de 20 barcos.

Já o padre José Luís da Costa salienta que no passar duas a três num barco há quase “uma iniciação a uma das experiências estruturantes do cristianismo, que é a comunhão”.

“Comungar espaço, comungar intenção, comungar presença e comungar também a própria história de vida; peregrinamos num grande contexto familiar, de amizade”, referiu o sacerdote.

Segundo o vigário da Vigararia de Oeiras, a imagem de Nossa Senhora vai ser colocada na “maior embarcação”, no início da peregrinação, e em cada um dos barcos existe “animação”, com pessoas responsáveis por “momentos de encontro, de oração, de reflexão, comunhão e partilha”.

Segundo o programa, divulgado pela Associação Âncoras, após o check-in na Marina de Oeiras, o envio da imagem é às 07h00, o embarque e saída em peregrinação, às 07h30, passadas duas horas chegam à Doca da Marinha, no Terreiro do Paço, em Lisboa, e, pelas 12h00, ao Montijo, iniciando a procissão a pé, às 12h30; a Eucaristia, no Santuário da Atalaia, começa às 16h00.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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