OE2024: «Falta uma transformação de fundo», diz presidente da ACEGE

João Pedro Tavares lamenta persistência de problemas «estruturais», que prejudicam empresas e famílias

Foto: Lusa

Lisboa, 12 out 2023 (Ecclesia) – O presidente da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores disse à Agência ECCLESIA que o Orçamento de Estado (OE) para 2024 falha na abordagem a “problemas estruturais” do país, que prejudicam empresas e famílias.

“Falta uma transformação de fundo, na nossa sociedade”, refere João Pedro Tavares.

Entre as medidas anunciadas para o próximo OE está o aumento do valor do salário mínimo nacional (SMN) para os 820 euros, subida.

Este aumento é visto como uma “boa medida” pelo presidente da ACEGE.

“Tudo o que tenha a ver com a dignidade das pessoas, dos trabalhadores, tem todo o nosso apoio”, indica.

João Pedro Tavares alerta, no entanto, que o salário médio se tem aproximado do valor do SMN, com um “número significativo de pessoas” a receber este salário mínimo.

O entrevistado recorda que muitas famílias que dependem da ajuda do Estado e adverte para a percentagem de pessoas pobres (30%) que trabalham.

“Temos um desafio, para o lado das empresas, e este é um tema que deveria ser resolvido por todos, não apenas pelo Governo”, aponta.

O presidente da ACEGE mostra-se crítico da proposta orçamental para o próximo ano, admitindo algumas melhorias, “mas não para todos”.

Para João Pedro Tavares, este é um “orçamento de gestão de curto prazo, imediatista, que não tem nada de transformador”.

“Vamos empobrecer mais e perder competitividade, em termos económicos”, adverte.

Para o responsável, a melhoria da economia acontece por “transformação”, de forma “significativa”.

“É preciso um maior investimento, ao nível do tecido produtivo, para que Portugal possa exportar mais, ganhe maior competitividade e, a partir dessa melhoria, possa remunerar melhor as famílias”, sustenta.

O presidente da ACEGE alerta para a problemática demográfica, com um população “cada vez mais envelhecida”, com impactos nos “próprios sistemas de Segurança Social “

“Precisamos de atrair imigrantes, precisamos de crescer em termos de natalidade. O povo português não pode ser um povo em vias de extinção”, apela.

Neste sentido, o entrevistado realça a importância de criar condições para que os jovens “iniciem a sua vida profissional e familiar”, com habitação e empregos “condignos”.

A ACEGE tem mais de mil associados, com presença em todo país, propondo uma “ética de vida” e uma cultura de “rigor e de confiança”.

“Queremos inspirar os líderes empresariais a viver o amor e a verdade como critérios de gestão, para com isso transformar as empresas e influenciar a sociedade”, aponta o presidente da associação.

“Uma economia do bem comum é o nosso futuro”, conclui João Pedro Tavares.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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