OE2017: «Urge ir mais longe» no combate à pobreza e devolução de rendimentos

Sublinha Comissão Diocesana de Justiça e Paz da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Portalegre, 17 out 2016 (Ecclesia) – A Comissão Diocesana de Justiça e Paz da Diocese de Portalegre e Castelo Branco diz que as consequências das medidas de austeridade devem merecer “reflexão” dos políticos e “um profundo exame de consciência” da parte do Setor Social.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o organismo católico baseia-se no “estudo recentemente divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos”, relativo à “Desigualdade de Rendimentos e Pobreza em Portugal”.

Para a Comissão “Justiça e Paz” da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, este estudo deita “logo por terra dois mitos que foram sendo inculcados”.

Primeiro “que as políticas de austeridade, com cortes nos salários e pensões tinham conseguido isentar as famílias e os indivíduos mais pobres”, segundo “que a crise foi particularmente sentida pela classe média”.

“A realidade, comprova o estudo, é bem diferente”, já que “no período 2009-2014, enquanto o rendimento dos 10 por cento mais ricos registou um decréscimo de cerca de 13 por cento, o rendimento dos 10 por cento mais pobres diminuiu nada menos que 25 por cento”, pode ler-se.

O organismo diocesano recorda ainda as considerações do “professor Farinha Rodrigues que coordenou este estudo” e segundo as quais “o aumento contínuo do fosso que separa os mais ricos dos mais pobres constitui o principal traço de evolução das desigualdades ao longo destes anos de crise”.

As mulheres, as crianças e os jovens são as faixas da população apontadas como as mais atingidas pela austeridade dos últimos anos.

Para a Comissão Diocesana de Justiça e Paz da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, “no momento em que vai iniciar-se a discussão do Orçamento de Estado para 2017, convirá ter presente os dados que o estudo evidencia”.

Que “os planos de assistência não atacam os problemas da pobreza e a devolução dos rendimentos, embora necessária, também não. Urge ir mais longe”, sublinha o organismo.

“A pobreza é um atentado à natureza humana. Erradicá-la é um imperativo ético. É um desafio que a todos deve interpelar. É um desafio que temos obrigação de vencer”, defende a Comissão Diocesana de Justiça e Paz da Diocese de Portalegre e Castelo Branco.

O estudo sobre a pobreza em Portugal da Fundação Francisco Manuel dos Santos foi analisado pela Comissão Nacional Justiça e Paz no seu mais recente comunicado.

JCP 

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Agência ECCLESIA

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