Lisboa, 20 Jan (Ecclesia) – O observatório permanente sobre a produção, comércio e proliferação das armas ligeiras manifestou a sua preocupação com as “diferentes formas de violência que se manifestam na sociedade portuguesa”, passando a revelar estatísticas trimestrais.
Em comunicado publicado no sítio do observatório na Internet, os responsáveis por este organismo manifestam como objectivo “conhecer qual é a natureza e a dimensão dos crimes praticados em Portugal”.
Neste sentido, a página começa agora a apresentar trimestralmente “a recolha dos eventos com relevância criminal, publicados na imprensa”.
“Os indicadores oficiais disponíveis, embora relevantes, têm uma limitada importância temporal, uma vez que, na sua maioria, possuem periodicidade anual e são divulgados com grande desfasamento, em relação à gravidade das situações, o que não permite que a sociedade possa tomar consciência atempada do significado da evolução da criminalidade”, pode ler-se.
Os primeiros dados divulgados fazem referência ao 3.º trimestre de 2010, indicando que “a maior percentagem de crimes está contida na categoria de «crimes violentos e graves» (36%), ou seja, crimes praticados com o uso de armas de fogo ou armas brancas”.
O observatório tem ainda acompanhado a 4.ª revisão da Lei das Armas (Lei n.º 5/2006), que está em discussão e votação no Parlamento, defendendo “um controlo tão exigente quanto possível das armas ligeiras na posse dos cidadãos, do seu comércio, interno e, sobretudo, externo”.
Esta revisão não contempla o fim da figura do leilão de armas, uma das principais preocupações do observatório, o qual defende que as mesmas deveriam ser destruídas.
O observatório permanente sobre a produção, comércio e proliferação das armas ligeiras foi criado em finais de 2004 pela Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo de leigos ligado à Conferência Episcopal Portuguesa, prestando particular atenção à proliferação das armas ligeiras, à violência urbana e aos casos de crime organizado.
OC