Obrigado, Abbé Pierre!

Paris despediu-se com aplausos do fundador dos Companheiros de Emaús que dedicou a sua vida ao «serviço dos pobres» A Catedral de Paris acolheu a última homenagem a Abbé Pierre. Jacques Chirac, presidente francês, estava entre multidão que quis participar na celebração das exéquias do Fundador dos Companheiros de Emaús. A urna de Abbé Pierre, transportada por três familiares e três Companheiros de Emaús, chegou à Catedral de Notre-Dame entre aplausos. O Arcebispo de Paris, D. André Vingt-Trois, presidiu à celebração. Na homilia, proferida pelo Cardeal Philipe Barbarin, Arcebispo de Lyon, ouviram-se palavras de agradecimento pela vida de Abbé Pierre, inteiramente dedicada ao “serviço dos pobres”. “Obrigado, Abbé Pierre, por nos ter dado tão grande exemplo”. O Cardeal Barbarin evocou, na homilia, Emaús, “o nome de uma cidade que resume toda a vida e obra de Abbé Pierre”: o relato do Evangelho, lido durante a celebração, que relata o caminho onde dois companheiros descobriram Jesus Ressuscitado. “Nesse episódio da tarde de Páscoa, Abbé Pierre viu toda a sua missão”. Evocando a energia deste “padre de saúde frágil, constantemente doente desde a sua infância”, o Cardeal de Lyon referiu que a força do seu compromisso diante dos pobres e a sua capacidade de “ir diante de todas as misérias com grande entusiasmo, até aos 94 anos” estava no “diálogo quotidiano com Jesus”. Outro “caminho” de Emaús “é uma casa, um albergue”. Ela é como que um refúgio para todos aqueles que vivem na rua. Para esses, Abbé Pierre deixou um itinerário de mudança: “construir uma casa, reencontrar o sentido e o gosto do trabalho, ganhar um salário para assegurar a própria vida e, sem demoras, sair em ajuda dos que estão numa miséria ainda maior” – referiu o Cardeal Barbarin, sintetizando a proposta de Abbé Pierre. “50 anos depois, a aventura continua e o combate está longe de estar ganho”, advertiu. Na celebração, evocou-se a vida do pobre ao serviço dos pobres daquele que, aos 19 anos, recusou à parte da sua herança. Após a celebração das exéquias, Abbé Pierre foi enterrado no cemitério de Esteville, próximo dos companheiros da primeira hora: Lucien Coutaz, seu secretário durante 40 anos, e Georges Legay, o mais antigo companheiro de Emaús, e outros 11 companheiros já falecidos. Cerca de 250 convidados (familiares, companheiros e entidades oficiais) testemunharam a sua sepultura, identificada apenas por uma simples placa.

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