Memórias de quem conviveu com D. Manuel Martins
Leça do Balio, Porto, 26 set 2017 (Ecclesia) – O padre Constantino Alves, pároco da igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Diocese de Setúbal, recordou hoje o seu antigo bispo D. Manuel Martins como um “defensor intransigente” da “dignidade” de cada pessoa.
O sacerdote foi o primeiro padre a ser ordenado por D. Manuel Martins, que evoca como um bispo “extraordinário”, que não queria distrações com “coisas superficiais”, falando com uma “clareza impressionante”.
O padre-operário contou com o apoio do seu bispo, a quem foi dedicado um Centro Social, considerando como uma inspiração a sua “capacidade de discernir as situações e a frontalidade” de um bispo que, perante o despedimento coletivo de trabalhadores, era capaz de dizer “o capitalismo é um monstro”.
O pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, com vasto serviço social que serve atualmente o bairro da Bela Vista, fala à Agência ECCLESIA num “bispo do povo”, capaz do “dom de si mesmo” e de ser “bispo para os pobres”.
Maria de Fátima era vizinha do falecido bispo na sua terra natal, Leça do Balio, e lembra-se de ver D. Manuel Martins levar para Setúbal “carradas de roupas, batatas e couves” nos tempos mais graves da crise que atingiu a região.
Com uma “forte consciência social”, D. Manuel Martins era “um amigo” e “amigo dos mais necessitados”, acrescenta.
O filho da terra era “muito estimado” e ajudou na “construção das escolas novas” que existem na localidade, sublinha Maria de Fátima.
D. Manuel Martins denunciava os “males da sociedade” e ia, com frequência, “visitar os doentes”, sublinhou a vizinha.
HM/LFS/OC