Lisboa, 25 set 2017 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa prestou homenagem a D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal que faleceu este domingo, considerando que a sua vida foi um "estímulo" para a Igreja em Portugal.
"D. Manuel Martins foi um estímulo e um alerta para o que devemos ser como sociedade e como Igreja. Saudação fraterna à Diocese de Setúbal", escreve D. Manuel Clemente na sua conta da rede social Twitter.
Já em declarações à Renascença, o cardeal português recordou alguém capaz de apresentar “uma palavra sempre muito oportuna”.
“Para todos nós foi um estímulo e um alerta para aquilo que devemos ser como sociedade e como Igreja. Estamos todos muito agradecidos à figura, à pessoa ao protagonismo evangélico e pastoral de D. Manuel Martins”, disse D. Manuel Clemente.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa deixa uma “palavra de muito reconhecimento e veneração pela figura, pelo pastor que foi D. Manuel Martins como padre, como bispo de Setúbal, depois como bispo emérito”.
Também ouvido pela Renascença, D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, lembra D. Manuel Martins como “um bispo próximo, próximo à realidade do povo da sua diocese que na altura se debatia com uma situação de precariedade e de pobreza”.
“D. Manuel Martins foi um defensor dos direitos dos trabalhadores e dos mais pobres e por isso entrou no seu coração. Era um bispo das causas sociais, um bispo da caridade cristã, um bispo respeitado e escutado por todos, crentes e não crentes”, acrescentou.
D. Manuel Martins faleceu este domingo às 14h05, em casa de familiares, na Maia (Diocese do Porto).
As exéquias fúnebres vão celebrar-se na terça-feira, pelas 15h00, no Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos – Porto), terra natal do prelado.
Segundo o desejo expresso pelo próprio, D. Manuel Martins será sepultado junto dos seus pais, no cemitério próximo do Mosteiro.
O falecido bispo nasceu a 20 de janeiro de 1927, em Leça do Balio, concelho de Matosinhos; foi ordenado sacerdote em 1951, após a formação nos seminários do Porto, seguindo-se a frequência do curso de Direito Canónico na Universidade Gregoriana, em Roma.
Pároco da Cedofeita, no Porto, entre 1960 e 1969, D. Manuel Martins foi nomeado vigário-geral da diocese nortenha em 1969, antes de seguir para Setúbal.
No dia 23 de abril de 1998, o Papa João Paulo II aceitou o seu pedido de resignação ao cargo.
O bispo emérito foi agraciado com a grã-cruz da Ordem de Cristo, durante as comemorações do 10 de junho de 2007, em Setúbal, e com o galardão dos Direitos Humanos da Assembleia da República, a 10 de dezembro de 2008.
OC
Notícia atualizada às11h15