Francisco manifestou «pesar e a sua solidariedade à comunidade diocesana do Porto»
Porto, 13 set 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco enviou uma mensagem para a Liturgia exequial de D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, que decorreu hoje na Catedral diocesana.
Antes da proclamação das leituras, o núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, apresentou a mensagem, na qual Francisco manifesta “o seu pesar e a sua solidariedade à comunidade diocesana do Porto, bem como aos seus familiares em luto”.
O texto, enviado através do secretário de Estado do Vaticano, evoca o falecido bispo do Porto como um “pastor afável, generoso”, que colocou os seus dons “ao serviço dos irmãos”.
O Papa reza pelo “incansável servidor do Evangelho e da Igreja” e associa-se à Liturgia exequial, concedendo a sua bênção apostólica.
D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), presidiu no Porto às exéquias solenes de D. António Francisco dos Santos, “queridíssimo irmão e amigo”.
A evocação aconteceu no início da Missa que reuniu na Sé bispos portugueses, autoridades políticas, familiares e amigos do bispo do Porto, falecido esta segunda-feira aos 69 anos, na Casa Episcopal diocesana.
Entre os participantes na celebração estavam o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro António Costa e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, além de líderes partidários e autarcas.
Milhares de pessoas acompanharam a celebração, através de ecrãs gigantes, no Terreiro da Sé.
O mestre de cerimónias da Catedral do Porto explica que D. António Francisco dos Santos fica sepultado numa cripta na capela de São Vicente, nos claustros da catedral portuense.
“É uma tradição de muitas dioceses ter a sepultura dos bispos na catedral quando é possível, há algum tempo não era possível”, disse o padre Joaquim Santos, em declarações à Agência ECCLESIA.
Segundo o sacerdote, tornou-se possível sepultar os bispos da diocese na Catedral do Porto desde a abertura de uma cripta na capela de São Vicente, nos claustros da Sé, e revela que já foram “transladados os restos mortais de D. Armindo Lopes Coelho e D. Agostinho de Jesus e Sousa”.
“Ficamos sempre muito gratos pela vida de cada bispo e isso também se manifesta com o modo como acolhemos na morte, os seus restos mortais, o seu corpo. É também manifestação de comunhão, de gratidão”, desenvolve o padre Joaquim Santos, falando numa comunhão que “permanece para lá da morte”.
Toda a celebração decorre na Sé, até à ultima encomendação e despedida.
Durante a Eucaristia, o corpo de D. António Francisco dos Santos fica voltado para a assembleia reunida, como “ficam sempre os ministros ordenados, os sacerdotes”, uma vez que é a sua postura que durante a liturgia.
“Na morte é tradicional ficar exatamente na mesma posição. Tal como os fieis ficam ao contrário voltados para o altar”, explica o sacerdote.
O caixão está colocado sobre o chão simbolizando um momento “em que volta à terra”, como indica o cerimonial dos bispos.
“É bom lembrar que aquele é o lugar da prostração no lugar da ordenação presbiteral, episcopal, o lugar onde o futuro sacerdote, o futuro bispo, se prostram durante as ladainhas”, contextualiza ainda o padre Joaquim Santos.
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