Bispo de Angra considera que o pensador colocou a sua vida ao serviço do bem comum
Lisboa, 01 dez 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal responsável pelo setor da Cultura prestou hoje homenagem ao ensaísta Eduardo Lourenço, falecido aos 97 anos.
“A Igreja Católica reconhece o valor de Eduardo Lourenço por ser um homem de questionamento, um homem que colocou toda a sua vida ao serviço do bem comum pelo seu próprio pensamento, questionando e abordando os grandes temas da humanidade como o sentido da vida e o sentido da história”, disse D. João Lavrador à Agência ECCLESIA.
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais lembra ainda a figura incontornável da cultura portuguesa que tinha sido agraciada recentemente pela Igreja com o prémio de cultura “Ávore da Vida – Padre Manuel Antunes”.
D. João Lavrador refere que os muitos anos vividos por Eduardo Lourenço “não apagam a dor e a falta de um homem, que marcou a história do pensamento, da nação portuguesa e mesmo no plano internacional”.
“Tive ocasiões em que convivi com ele e recordo como se inquietava e perguntava sobre todas as realidades que tocam os ser humano” refere o bispo de Angra.
D. João Lavrador recorda o “homem de profundidade, de um discurso extensivo que levava ao limite do que a sua razão podia investigar”.
De alguma forma, “também Eduardo Lourenço cruza-se no projeto da Igreja”, considera D. João Lavrador, ao lembrar que “também a Igreja cuida sempre de tudo aquilo que é a cultura de um povo, o que são as grandes perguntas sobre o absoluto da vida, que para a Igreja é Deus”.
Para o bispo de Angra, Eduardo Lourenço “é um homem que rompe o tempo e que é inquietação para o hoje onde tantas vezes mas opiniões são curtas e ao sabor da maré”.
D. João Lavrador realça que o legado do falecido ensaísta ajuda a “recuperar aquilo que é um pensamento capaz de questionar a realidade e o sentido da vida”.
HM/OC