Encontro promovido pela Confederação Nacional de Acção sobre Trabalho Infantil A Pousada da Juventude de São Pedro do Sul foi o local escolhido pela CNASTI – Confederação Nacional de Acção sobre Trabalho Infantil, para debater o trabalho das crianças nas Artes e Espectáculos. Durante os três dias do encontro, os cerca de 50 jovens, oriundos de vários pontos do país, analisaram o trabalho infantil nas Artes e Espectáculos e ainda a Convenção sobre os Direitos da Criança. Para a organização, esta Assembleia foi a mais representativas da realidade nacional porque contou com jovens provenientes de norte a sul de Portugal e de várias realidades socio-económicas. Segundo Fátima Pinto, vice-presidente da CNASTI, «os objectivos da Assembleia foram plenamente atingidos quer pelo nível das reflexões quer pelas conclusões dos grupos». As conclusões deste encontro serão apresentadas no Encontro Nacional sobre Trabalho Infantil Artístico, que se vai realizar em Lisboa no próximo mês de Outubro. No primeiro dia de trabalho, os jovens, divididos por grupos, apresentaram as conclusões dos debates realizados durante a manhã. As actividades pretendiam estimular a reflexão sobre as carreiras profissionais que as crianças desempenham no mundo a artes. Foi muito consensual aos grupos a condenação do trabalho infantil no mundo artístico devido à falta de tempo para a família e amigos e o abandono escolar gerado pelo trabalho. Vários grupos concluíram que as crianças poderão participar no trabalho artístico desde que os contratos de trabalho cumpram a legislação em vigor no país, que proíbe a sobrecarga laboral, e que não prejudique a vida escolar. A perda da privacidade e influência que essa situação poderá ter no desenvolvimento afectivo-emocional das crianças e jovens também foi assinalado pelos participantes da Assembleia. Melhoria da auto-estima, melhoria das capacidades cognitivas, nomeadamente a memoria, relacionamento interpessoal, incentiva a socialização, e monetariamente são profissões mais gratificantes! Alguns grupos evidenciaram a importância da educação, mas de forma a garantir um futuro profissional fora do meio artístico, caso a carreira nas artes não seja bem sucedida. Para muitos dos jovens presentes trabalhar no mundo artístico constitui um futuro promissor, conjugado com o reconhecimento público e salários elevados. No último dia da Assembleia, os jovens analisaram a Convenção sobre os Direitos da Criança, e apresentaram a sua opinião sobre o tema. Um dos grupos salientou a contradição entre as obrigações do Estado na protecção às crianças e a realidade da sociedade. Os jovens também consideram essencial a protecção das crianças pelo Estado quando os pais não cumprem as suas obrigações. Os jovens consideram que a Convenção sobre os Direitos da Criança é importante contudo peca pela falta de aplicação em muitos países.