José Luís Nunes Martins
É importante saber, antes de tudo, que devemos reconhecer, valorizar e agradecer tudo quanto temos de bom – aquilo que, muitas vezes, nos chegou sob a forma de milagre discreto. É comum que as pessoas só reconheçam as graças recebidas quando, por alguma razão, as perdem.
Será que sabemos mesmo o que queremos ou será que podemos estar enganados em relação àquilo que mais nos pode beneficiar? O que desejamos é, de facto, o que precisamos? Será que aceitamos que muito do que queremos pode, na verdade, não nos fazer bem?
E se, por alguma razão, nos chegar o que desejamos mas não é bom? Saberemos lidar com isso? E se nos for dado o que mais precisamos, seremos capazes de o aceitar e agradecer ou, porque não é o que queríamos, iremos rejeitá-lo e ainda nos queixaremos do que julgamos ser mais um golpe da nossa má sorte?
Algo que devemos sempre pedir a Deus é juízo para compreender a nossa vida e o que nos cabe fazer em relação a cada uma das suas dimensões. O discernimento é um dos dons da sabedoria. De pouco serve saber muitas coisas, feliz e sábio é quem sabe o que é o mais importante.
A felicidade depende da sensatez! Quantos não andam infelizes só porque não sabem que bastaria mudar o seu olhar sobre a sua própria existência para que se enchessem da mais pura e luminosa alegria?
Peçamos a Deus juízo, discernimento ou sensatez – ou como quer que chamemos a essa capacidade de ver a realidade como ela é!
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