JMJ Lisboa 2023: 1ºaniversário

Leonor João, Agência Ecclesia

Foto: Patriarcado de Lisboa/Diogo Paiva Brandão

O espaço era pequeno para acolher os tantos que acorreram à Sé de Lisboa a 6 de agosto de 2024. Um final de dia de verão, sol e calor, que convidava a ir à praia e a usufruir de banhos de mar. Enganei-me ao esperar que este fosse o programa de muitos daqueles que ali encontrei. Poderia ser mais um dia igual a muitos outros, mas não era. Assinalava-se o primeiro ano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 com uma missa presidida pelo patriarca.

Ainda o relógio não marcava as 19h e os lugares sentados já não serviam a multidão. Jovens e voluntários envolvidos na preparação da JMJ, famílias de acolhimento e peregrinos encheram a Sé, vestidos com as t-shirts amarelas, verdes e vermelhas que utilizaram no encontro. Vinham recordar e agradecer a realização do evento em Portugal. Nem as altas temperaturas (como há um ano) e a falta de lugares na igreja os demoveram de ali permanecer.

Em pleno agosto, confesso que, tal como D. Rui Valério, não contava encontrar tanta gente reunida para lembrar a JMJ. A esta distância, a jornada ainda é capaz de me surpreender e mostrar que marcou e continua a marcar a Igreja em Portugal. Naquele fim de tarde, revisitei as memórias de um acontecimento feliz, que hoje recordo através das fotografias no telemóvel que me aparecem por estes dias.

Também para mim esta foi uma experiência particularmente importante. Parece clichê, mas surgiu no momento certo, quando deixava o meu primeiro emprego na área para a qual estudei. Não sabia do que se tratava a JMJ, nunca tinha ouvido falar antes e sinceramente não sabia o que esperar. Surgiu a oportunidade de fazer parte da equipa de voluntários de comunicação e, felizmente, consegui ingressar na aventura de fazer parte da preparação de um evento histórico para a cidade de Lisboa e para o país.

Das lembranças que guardo deste período estão, sem dúvida, os Dias nas Dioceses, na semana anterior à jornada. Presenciei o envio de milhares de jovens, incluindo estrangeiros, em Bragança e Lamego rumo à JMJ 2023. A festa, alegria e emoção dominavam o ambiente. Na altura não sabia, mas aquilo seria apenas uma amostra do encontro em Lisboa.

Não esqueço a euforia, o entusiasmo, a emoção visível nos olhos daqueles que com quem me cruzei na rua, nos transportes, no centro de imprensa, seja por terem visto o Papa ou por, finalmente, verem concretizado um momento para o qual tanto tinham trabalhado. Na memória retenho ainda as imagens das manchas humanas que ao longo da semana da JMJ pintaram os parques Eduardo VII e Tejo e que mostraram que a Igreja está viva.

Um ano depois, guardo com carinho em casa todas as lembranças que me fazem regressar até àquele agosto de 2023, em que nem tudo correu bem, mas, como diz o Papa Francisco, “superou todas as expectativas”. O kit de voluntária, com as quatro t-shirts amarelas e a garrafa, com as letras a desaparecer do uso, são pedaços daqueles dias que ainda hoje fazem parte do meu dia a dia e me transportam para um lugar feliz.

JMJ Lisboa: E agora?, esta foi a pergunta que ao longo deste ano pairou no ar. Também eu própria me questionei sobre os tão desejados frutos que tinham resultado do encontro e qual seria o caminho a percorrer. Defendo que todos temos o poder de ser agentes da mudança, de aplicar as mensagens do Papa Francisco e de construir uma Igreja à imagem da atualidade. Faço votos de que assim seja e que nela todos possam ter uma voz!

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Agência ECCLESIA

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