O futuro cardeal Jean-Louis Tauran faz um balanço dos seus 13 anos como Secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados O Arcebispo Jean-Louis Tauran deixa o cargo de Secretário para as Relações com os Estados. Como seu sucessor, o Santo Padre nomeou o Bispo italiano, D. Giovanni Lajolo, actualmente Núncio Apostólico na Alemanha. O futuro cardeal conduziu durante 13 anos aquela que, em termos impróprios, se costuma chamar a “política externa” da Santa Sé, uma política muito apreciada no mundo. Em declarações à Radio Vaticano. D. Tauran explica que “quando se fala da diplomacia da Santa Sé, é preciso sempre recordar que o primeiro agente diplomático da Santa Sé é o Papa: é ele quem confere à diplomacia a força e o prestígio.” De facto, quando João Paulo II começo a sua missão, em 1978, a Santa Sé mantinha relações diplomáticas com 85 países, mas 25 anos depois, o número subiu para 174. Segundo o “ministro dos negócios estrangeiros” da Santa Sé estes foram anos particulares: “basta pensar na queda do Muro de Berlim, na I Guerra do Golfo, nos conflitos africanos, nas guerras na ex-Jugoslávia, na intervenção militar este ano no Iraque, no processo de paz no Oriente Médio, na transformação da União Europeia. Eu pude constatar a preocupação que o Papa sempre teve, de poder fazer de modo que os homens possam viver juntos em virtude de convicções comuns, em virtude também do respeito ao Direito Internacional.” A maior preocupação que o futuro cardeal deixa ao seu sucessor prende-se com a situação no Médio Oriente, sobretudo a crise na Terra Santa, que ele define como “a mãe de todas as crises”. “Penso que esta região do mundo tem necessidade de reencontrar o caminho da razão e da fraternidade, mas a comunidade internacional tem o dever de ajudar as partes em causa”, adverte.
