O papel da comunicação social para o II Concílio do Vaticano

Nos trabalhos preparatórios do II Concílio do Vaticano, a Comissão Central Pré-Conciliar realizou várias sessões de trabalho para aprofundar temas que poderiam ser discutidos no grande acontecimento eclesial convocado pelo Papa João XXIII.

Nos trabalhos preparatórios do II Concílio do Vaticano, a Comissão Central Pré-Conciliar realizou várias sessões de trabalho para aprofundar temas que poderiam ser discutidos no grande acontecimento eclesial convocado pelo Papa João XXIII.

Numa dessas sessões, os membros da comissão reflectiram sobre os meios de difusão e a formação da mentalidade. Segundo o Boletim de Informação Pastoral (BIP) de Julho-Agosto desse ano, chamam-se instrumentos de comunicação social, “os meios hoje largamente espalhados para a difusão do pensamento e de notícias, para o desenvolvimento da cultura e preenchimento dos tempos livres, tais como a imprensa, a rádio, o cinema e a televisão”.

Estes meios caracterizam-se pela enorme expansão em todo o mundo, a qual se pode avaliar pelos seguintes números citados no comunicado de imprensa do concílio: “Há mais de 8 mil diários com uma tiragem de 290 milhões de exemplares, e 22 mil periódicos com 200 milhões de tiragem”.

O mesmo comunicado – transcrito pelo BIP de Julho-Agosto daquele ano – refere ainda que existiam na altura 170 mil cinemas (com 18 mil milhões de espetadores anualmente); 6 mil postos emissores de rádio e 400 milhões de telefonias. Na década de 60 do século anterior existiam ainda cerca de mil estações de televisão e 120 milhões de aparelhos receptores.

Para os membros da Comissão Central Pré-Conciliar estes meios audiovisuais têm entre si a semelhança do “seu elevado poder de informação e da sua influência sobre a formação da opinião pública”, ler o BIP citado anteriormente.

Os meios audiovisuais foram estudados nesta perspectiva porque “urge obter deles um serviço cada vez melhor em proveito da sociedade humana que tem o direito de ser informada sobre os acontecimentos quotidianos e de ser levada a um conhecimento real do mundo espiritual, encontrando igualmente nos divertimentos motivos de instrução e educação”.

Os membros da comissão discutiram também questões relacionadas com “a liberdade de informação, liberdade da arte e liberdade da descrição do mal”. A esse respeito, o Secretariado da Imprensa do II Concílio do Vaticano lembra alguns princípios: “A Igreja não quer contrariar a marcha do que é novo ou pode servir para o bem-estar mesmo material dos homens. Quer servir-se destes meios para educar os corações e as consciências, para divulgar o bem, para fomentar a paz entre os povos”.

Ainda neste domínio, o secretariado lembra que a Igreja “condena tudo o que ofende a Deus, mutila ou deforma a verdade, desagrega os princípios morais, gera corrupção, ensina ou aconselha o mal” e recorda também que aqueles que trabalham com os meios audiovisuais “não podem subtrair-se à lei moral que rege qualquer acção humana” e “quem faz uso destes meios também não pode infringir a lei moral”.

LFS

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Agência ECCLESIA

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