Padre Miguel Lopes Neto, Diocese do Algarve, membro RedAlfamed e Universidade de Huelva

Devido à dificuldade humana em contentar todos os cristãos sobre a escolha do futuro Papa da Igreja Católica, pensei pedir a quatro bots de Inteligência Artificial (IA) para indicar qual o perfil ideal e sugestões de candidatos para esta missão na Igreja e no mundo.
Assim, questionei o seguinte, ou para os que são mais ligados a estas coisas, elaborei o seguinte prompt:
Com a morte do Papa Francisco a Igreja Católica precisa de escolher outro Papa. Preciso do perfil do Papa para este momento da Igreja Católica. E se possível com sugestão de possíveis escolhas entre os membros do colégio dos cardeais.
Cá estão as respostas que recebi:
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A escolha de um novo Papa é um momento crucial para a Igreja Católica, especialmente num contexto global, marcado por desafios como secularização, crises de fé, escândalos institucionais, polarizações políticas e demandas por reformas internas. O próximo Pontífice deverá equilibrar continuidade e mudança, mantendo o legado do Concílio Vaticano II e da Igreja em Saída, ao mesmo tempo em que responde às expectativas de diferentes setores da Igreja. O Perfil Ideal para o Próximo Papa:
- Pastoral e Sinodal – Alguém com experiência em escuta e diálogo, capaz de avançar no processo sinodal iniciado por Francisco, promovendo uma Igreja mais participativa.
- Global e Inclusivo – Um líder que represente a diversidade da Igreja, especialmente considerando o crescimento do catolicismo na África e na Ásia.
- Reformista, mas Prudente – Alguém que continue as reformas financeiras e administrativas (como a Curia Romana), mas sem ruturas bruscas, que dividam ainda mais os fiéis.
- Firme em Doutrina, mas Misericordioso – Um Papa que mantenha a ortodoxia católica, mas com abordagem pastoral, especialmente em temas como moral sexual, divórcio e LGBTQ+.
- Diplomata e Mediador – Habilidade para lidar com governos autoritários, guerras (Ucrânia, Oriente Médio, África) e tensões dentro da própria Igreja (entre tradicionalistas e progressistas).
A escolha dependerá muito do clima no conclave: se prevalecer o desejo de unidade, um moderado terá vantagem; se houver pressão por mudanças radicais, um reformista ou um conservador pode emergir.
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Para definir o perfil ideal do próximo Papa, é importante considerar as necessidades atuais e futuras da Igreja, os desafios globais e internos que ela enfrenta, bem como a continuidade do legado pastoral e de abertura promovido por Francisco. Considerando os desafios contemporâneos da Igreja Católica, o próximo Papa deveria possuir as seguintes características:
- Pastoral e próximo das pessoas: Um líder com forte sensibilidade pastoral, capaz de ouvir e acolher as diferentes realidades do povo, especialmente dos mais vulneráveis, dando continuidade ao estilo humilde e próximo do Papa Francisco.
- Aberto ao diálogo inter-religioso e ecumênico: Capacidade de promover diálogo construtivo com outras religiões e confissões cristãs, fortalecendo relações internacionais e pacíficas.
- Habilidade de Comunicação e Presença Mediática: Capacidade de comunicar claramente a mensagem da Igreja, aproveitando os meios modernos, especialmente para alcançar jovens e periferias existenciais.
- Comprometido com reformas internas: Coragem e discernimento para continuar reformas administrativas, financeiras e pastorais para combater escândalos (como abusos e corrupção) e promover maior transparência e responsabilidade.
- Equilíbrio entre tradição e inovação: Capacidade de respeitar e preservar as tradições essenciais da fé católica, ao mesmo tempo que promove uma reflexão teológica aberta e inclusiva sobre os desafios contemporâneos.
- Atenção especial à temática ambiental e social: Compromisso com a justiça social, cuidado com o meio ambiente, defesa dos direitos humanos e combate às desigualdades sociais.
- Experiência administrativa e diplomática: Capacidade comprovada de liderança, administração e diplomacia, para conduzir a Igreja em tempos complexos, com sabedoria e discernimento.
Em geral, o Conclave tende a evitar mudanças bruscas ou radicais demais: costuma preocupar-se em manter certa continuidade pastoral e de abordagem. É provável que o próximo Papa tenha uma combinação de continuidade com Francisco (especialmente na dimensão pastoral, social e ecológica) e, possivelmente, maior atenção a questões administrativas internas, estabilidade doutrinal e diplomacia internacional. O histórico recente sugere que o próximo Papa também pode ser não europeu, sinalizando o compromisso da Igreja com sua universalidade global.
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A Igreja Católica no momento atual precisaria de um Papa que consiga equilibrar tradição e renovação, capaz de enfrentar desafios contemporâneos como a secularização crescente, escândalos de abuso, diálogo inter-religioso e questões sociais urgentes. Um líder com capacidade de diálogo, transparência e reformas na governança da Igreja seria importante, mantendo a doutrina, mas adaptando a comunicação ao mundo moderno. Alguém que possa unir diferentes correntes dentro da Igreja, enquanto promove o engajamento dos jovens e responde a crises como a diminuição de vocações sacerdotais. O contexto global atual também exigiria um Papa com visão para questões como desigualdade, mudanças climáticas e conflitos internacionais, seguindo a tradição da doutrina social católica.
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A escolha de um novo Papa é um momento crucial e o perfil desejado é moldado pelas necessidades percebidas da Igreja face aos desafios atuais. Com base nos desafios e nas discussões atuais (secularização, polarização interna, abusos, reformas, questões sociais globais, diálogo inter-religioso, evangelização na era digital, etc.), o perfil ideal para um Papa neste momento poderia combinar várias características:
- Capacidade de Diálogo e Unificação: Dada a polarização interna, seria crucial um Papa capaz de construir pontes entre as diferentes sensibilidades (progressistas e conservadoras), promovendo a unidade sem sufocar a diversidade. Alguém que saiba ouvir e dialogar.
- Continuidade Reformista (com Moderação talvez): Espera-se que o próximo Papa continue as reformas estruturais e de mentalidade iniciadas por Francisco, especialmente no que toca à sinodalidade (uma Igreja mais participativa), transparência (financeira e na gestão de abusos) e uma Cúria Romana ao serviço das Igrejas locais. No entanto, o ritmo e a ênfase podem variar, talvez procurando consolidar em vez de iniciar mudanças radicais.
- Firmeza na Questão dos Abusos: A tolerância zero e a transparência total na gestão dos casos de abuso sexual, de poder e de consciência continuariam a ser uma exigência fundamental para restaurar a credibilidade.
- Sensibilidade Pastoral e Proximidade: Manter o foco numa Igreja “em saída”, próxima dos pobres, dos marginalizados e das “periferias existenciais”, seguindo o exemplo de Francisco, seria provavelmente valorizado por muitos cardeais. A capacidade de comunicar a misericórdia e a esperança de forma acessível é essencial.
- Visão Global e Intercultural: Com o crescimento da Igreja fora da Europa, um Papa com experiência e compreensão das realidades da África, Ásia e América Latina seria uma mais-valia. A capacidade de promover o diálogo inter-religioso e a paz mundial continuaria a ser central.
- Solidez Intelectual e Doutrinal: Perante os complexos desafios éticos e sociais contemporâneos (bioética, IA, ecologia integral, questões de género, etc.), um Papa com profundidade teológica, capaz de dialogar com a cultura e a ciência, mantendo a fidelidade à doutrina, seria necessário.
- Liderança Diplomática e Estratégica: A capacidade de navegar nas complexas relações internacionais e de ser uma voz moral influente no cenário global é uma componente importante do papado moderno.
Em suma, procura-se um líder que seja simultaneamente pastor, reformador (ou consolidador das reformas), unificador, diplomata e intelectualmente preparado para os desafios do século XXI, mantendo a centralidade do Evangelho. Prever quem será o próximo Papa é notoriamente difícil e depende da dinâmica específica do Colégio Cardinalício no momento do Conclave. A escolha não depende apenas do perfil individual, mas também da perceção dos Cardeais sobre qual o perfil que melhor responde às necessidades imediatas da Igreja no momento do Conclave. Fatores como idade, saúde, origem geográfica e a capacidade percebida de unir o Colégio Cardinalício desempenham um papel importante. O Conclave é considerado um evento guiado pelo Espírito Santo (na perspetiva da fé católica) e o resultado pode ser surpreendente. Portanto, embora possamos delinear um perfil desejável e mencionar nomes frequentemente citados, a escolha final permanece uma incógnita até à decisão dos Cardeais eleitores.
Guardei a sugestão dos candidatos para mim. Pareceu-me melhor do que entrar no campeonato do meu Papa é melhor que o teu! Porém, com estes perfis de Papa quase perfeito, fico aliviado e feliz por a inteligência do Espírito Santo ser verdadeiramente divina e nada artificial. E que ela nos valha, pois um Papa sem muitas destas características, não será, por certo, o guia que levará a Igreja para um futuro cheio de Esperança, como nos pedia o Papa Francisco.
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