O método simples para poupar (muito) tempo a decidir

José Luís Nunes Martins

Faz parte da vida sentirmo-nos perdidos nela. A cada dia entregamo-nos, com mais ou menos tranquilidade, ao mistério absoluto da existência, à incerteza do que está para vir.

Cada decisão que tomamos, transforma-nos. Cada indecisão que se prolonga, adia-nos.

Talvez haja sempre tempo para inverter uma decisão errada, mas para uma indecisão, não.

Algumas pessoas procuram razões para decidir, quando, na verdade, o que buscam é apenas desculpas para o caso da sua escolha correr mal, razões para não se sentirem culpadas.

Outras pessoas acabam por ser apenas o resultado das influências que delas fazem um fantoche. Sentem-se prudentes, mas são impotentes porque, de tanto hesitar, nada fazem a partir de si mesmas. Algumas julgam ter decidido, mas não têm coragem para concretizar a sua resolução.

A verdade é que a decisão só é decisão no momento em que há a primeira ação nesse sentido.

A maior parte de nós passa a vida a lidar com decisões sérias e difíceis a respeito de si, dos outros e do mundo. Mas há uma forma simples de resolver grande parte destas questões: Decidir os princípios da sua identidade.

Se alguém for capaz de decidir que não será infiel, então, face a qualquer futura oportunidade de o ser, a decisão já está tomada! Não se perde tempo nem se passa por qualquer tipo de angústia.

Na realidade muitos de nós quase que conseguem ser o que antes decidiram ser, mas é esse quase que faz a maior diferença, pois que se de cada vez que tenho um novo dilema, me ponho a analisar se é caso de aplicar a regra ou de abrir uma exceção, então a existência da regra é apenas uma forma da própria pessoa se convencer que não é… nem algo nem o seu contrário.

Afinal, por que estranha razão algumas pessoas passam os seus dias a questionar-se se devem ou não dizer a verdade? Se devem ser honestas nesta e naquela situação? Se devem amar este próximo ou só o outro?

Decida eu os pilares da minha identidade, assumindo que, ao decidi-los, poupar-me-ei a decisões posteriores onde eles se apliquem. A partir daí, na maior parte das minhas noites deitar-me-ei em paz e logo adormecerei!

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Agência ECCLESIA

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