«As contas ficam por pagar» e o «ambiente relacional crispa-se», considera D. Jorge Ortiga
Caxinas, Porto, 21 mai 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, alertou este domingo para as consequências económicas e sociais do desemprego, fenómeno que “não para de aumentar” e que “assombra” as famílias portuguesas.
“As contas ficam por pagar, o frigorífico começa a ficar vazio e o ambiente relacional crispa-se”, frisou o responsável pela ação social da Igreja Católica na missa a que presidiu em Caxinas, Vila do Conde, por ocasião do Dia da Família da Arquidiocese de Braga.
Há “deveres e direitos próprios da família que merecem ser respeitados, tendo em conta a própria sobrevivência da sociedade”, sustentou o prelado na homilia, publicada no site diocesano, acrescentando que diante da “negação do direito ao trabalho” os agregados familiares precisam de se “conhecer” e “ajudar”.
D. Jorge Ortiga também recordou o apelo feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na mensagem para o Dia Internacional da Família, ocorrido a 15 de maio, texto que refere a necessidade de equilíbrio entre as horas dedicadas à família e à atividade profissional.
“A família precisa de um ‘tempo legal’ para si, como fruto de uma legislação que contempla esse direito e como coragem dos membros que reconhecem a importância de um tempo próprio em conjunto”, afirmou o arcebispo.
O prelado sustentou que “sem amor não há família, mas um aglomerado de pessoas a viver num mesmo espaço comum”, enquanto que sem família “a sociedade perde as suas células, acabando por se autodestruir”.
A “proximidade”, “diálogo mútuo” e “educação integral” exigem “maior atenção ao anúncio da fé” dentro da família, que deve ser um dos destinatários privilegiados da “nova evangelização”, disse.
No dia em que a Igreja Católica assinalou o Dia das Comunicações Sociais, o arcebispo pediu aos fiéis para educarem os filhos no “uso reto” dos media, que “não podem ser um meio de perdição, mas de formação”.
RJM