O Dinamismo da missão no «Planeta Jovem».
Numa Igreja “envelhecida (basta olhar, cá na Europa, para as assembleias dominicais), é sinal do Espírito o empenho de muitos jovens na missão hoje»” – afirmou o director diocesano das Obras Missionárias Pontifícias de Lisboa, Pe. Tony Neves, nas Jornadas Missionárias que estão a decorrer em Fátima.
De 17 a 19 deste mês, centenas de participantes reflectem sobre «Espírito Santo e Missão» (tema das Jornadas Missionárias). Ao referir-se à multiplicação de movimentos, associações e grupos que se formam e partem, como sinal do dinamismo da missão no «Planeta Jovem», o Pe. Tony Neves realça que esta realidade é “um sinal de futuro e uma prova de que o Evangelho não está fora de moda e inactivo”.
A par dos jovens que partem ao encontro dos outros, ligados a institutos missionários, há também dinamismos missionários nas paróquias e dioceses. “Um pouco por todo o país, nos últimos anos, encontramos Igrejas locais a abrir-se ao mundo, com o envio de missionário, com o acolhimento, com iniciativas de Missão cá dentro e lá fora” – sublinha o missionário espiritano.
Na conferência em que lembrou o recentemente falecido, Adélio Torres Neiva, da sua congregação, Tony Neves apontou os desafios que os tempos actuais lançam. Há “novos espaços da Missão, como resposta aos apelos do Espírito no mundo de hoje” e que dizem respeito à urgência da missão, ao espaço dos leigos bem como o desafio ecuménico, o universo das religiões não-cristãs, o diálogo cultural e a defesa dos valores da gratuidade.
O missionário espiritano defendeu também que a missão também se faz através dos meios de comunicação, através das redes sociais, sites e blogues. “Há que contar com eles, no seu melhor, para que o Evangelho chegue ao coração das pessoas. Há sempre janelas novas que se abrem para entrar (e sair) o vento do Espírito” – disse.
«Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa»
O presidente da Comissão Episcopal das Missões, D. António Couto, defendeu que “cristão e missionário não identificam duas vocações distintas, mas inseparáveis”. No arranque das Jornadas missionárias, o também bispo auxiliar de Braga partiu do texto do Evangelho de São Lucas (24, 44-47) para realçar a importância da «pregação».
“Somos nós que devemos ir ao encontro das pessoas” – frisou o prelado apontando que a missão parte do cristão que deve sair de si. “Nós nunca estamos sozinhos” e nela “Deus entra connosco”. Assim, a missão “não se limita ao âmbito paroquial, nacional ou continental porque o seu âmbito é total”.
D. António Couto acentuou a ideia que “a Igreja existe para evangelizar” e considera que o recenseamento da prática dominical não permite saber o real estado da Igreja, mas, antes, “devíamos recensear os evangelizadores”. E “a questão”, passa por verificar nas paróquias e nas dioceses “quantos evangelizadores temos”.