José António Santos tinha 24 anos quando o 25 de abril de 1974 aconteceu. Era jornalista no Diário de Notícias, na secção de correspondentes, facto que o manteve durante oito dias na redação, mas no 1º de maio não resistiu e saiu à rua para testemunhar que «o Evangelho estava na rua».
A sua participação no ‘Circulo juvenil’, tendo como assistente o então padre Albino Cleto, fê-lo sonhar a mudança do regime e a concretização dos documentos do Concilio Vaticano II que tardavam – e ainda tardam, lamenta – a concretizar-se.
Nesta conversa recorda a autenticidade de padres que acompanhavam os movimentos juvenis na altura, o único espaço de liberdade que existia então, a carta de 106 signatários a pedir a nomeação de D. Manuel Falcão para patriarca de Lisboa e o pontificado, «que fala por si» de D. António Ribeiro, que nunca foi «submisso ao regime de Marcelo» e soube acompanhar a transição democrática.