José Eduardo Franco
Vieira deixou-nos nos sermões, na epistolografia e nos textos proféticos um pensamento fortemente crítico das desigualdades e dos sistemas de opressão, partindo do axioma cristão da igualdade de todos os seres humanos enquanto filhos de Deus.
“Compreender já é princípio de cura”.
José Augusto Mourão
Na sequência da inauguração de uma estátua do Padre António Vieira em frente da Igreja de São Roque em Lisboa, em 2017, foram trazidas novamente a debate, da parte de um movimento adverso à ereção deste lugar de memória vieirino, redundando nas recentes manifestações de vandalismo, a questão da escravatura e até mesmo acusações de racismo contra este jesuíta, feitas de modo estranhamente anacrónico. Esta discussão foi retomada com a recente vandalização desta mesma estátua.
Temos de considerar as reações a Vieira e a este seu lugar de memória em dois grandes planos de crítica: 1) as críticas às opções estéticas e às escolhas iconográficas que estiveram na base da construção da estátua de Vieira em frente da Igreja de São Roque em Lisboa; 2) as acusações de racismo, esclavagismo e colonialismo à pessoa e ao pensamento de Vieira.