A vida dos cristãos neste arquipélago filipino tem sido ensombrada por um ciclo de atentados terroristas e de sequestros. A ilha de Jolo, localizada na região muçulmana de Mindanao, tornou-se conhecida internacionalmente em 2000 devido aos raptos de turistas pelo grupo extremista Abu Sayyaf. Mas longe dos olhares do mundo a minoria cristã continua a sofrer. Na opinião do Bispo de Jolo, D. Angelito Lampon, os cristãos do seu vicariato encontram-se no meio do fogo cruzado dos terroristas. Os cristãos de Jolo tornaram-se nos alvos predilectos das milícias e dos bandos de criminosos para acções de extorsão e de sequestro, principalmente por motivos económicos, mais do que e não por razões religiosas ou políticas. “Os cristãos não têm armas e estão desprotegidos”, explicou à Ajuda à Igreja que Sofre o prelado filipino, acrescendo que a polícia local tem relutância em agir contra os criminosos por receio de retaliações. A lei e a ordem parecem não existir nas províncias do sul. “Como é que podem enfrentar estes grupos se eles têm mais homens e armas que as autoridades? Se tentarem serão eles próprias e as suas famílias que sofrem as consequências, por isso preferem ignorar”, lamenta D. Lampon. Mesmo quando um destes casos chega ao tribunal – o que é raro – nenhum juiz se quer ocupar do processo e mesmo os magistrados muçulmanos não querem ser destacados para Jolo. Mesmo os sacerdotes e as religiosas são alvos para os terroristas. Nos últimos 15 anos, muitas religiosas e muitos padres foram raptados ou assassinados. A residência de Mons. Lampon e a Catedral de Jolo são vigiadas dia e noite fuzileiros. “A violência por parte do Abu Sayyaf provocou um clima de suspeição e preconceito. Sem dúvida que a maioria dos civis muçulmanos não quer confrontos e estão também cansados desta situação de permanente conflito”, considera D. Lampon. Estão a ser feitos esforços para promover a pacificação mas, como refere o prelado, as pessoas estão cépticas quanto aos resultados porque o seu quotidiano continua a ser marcado por assassinatos arbitrários, raptos e tentavas de extorsão. Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre