O Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Angelo Sodano, declarou à imprensa que João Paulo II está convencido de que “o diálogo (com o governo de Fidel Castro) deve continuar para contribuir para a democratização” de Cuba. O Cardeal Sodano reafirmou no dia 30 de Abril o conteúdo da carta que o Papa enviou há algumas semanas a Castro, condenando as execuções e sentenças monumentais contra dezenas de dissidentes. “É verdade que para o Papa e para tantos povos livres do mundo foram deploráveis as últimas decisões tomadas, como os três fuzilamentos e as severas condenações dos tribunais. Por isso o Papa manifestou sua surpresa e pesar e faz votos para que, ao menos para os detidos, haja um gesto de clemência’’, comentou o Cardeal Sodano. Entretanto, afirmou que a Igreja “através do nosso óptimo Núncio em Cuba, D. Luis Robles Diaz, e através dos Bispos e do Cardeal Jaime Ortega, Arcebispo de Havana,” continuará a dialogar. “O diálogo nunca será interrompido, porque com todos os homens existe uma base para conversar”, reforçou. O Secretário de Estado do Vaticano revelou que “a grande esperança que o Papa nutre, e que também eu nutro pessoalmente”, continua a ser que Castro “possa conduzir esse povo para novas metas de democracia, respeitando as conquistas que foram alcançadas nestas décadas”. A viagem que João Paulo II fez a Cuba em 1998 permitiu a libertação de mais de 200 dissidentes internos antes de sua visita pastoral.
