O diálogo, antídoto contra o terrorismo

Depois dos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 o diálogo é o único caminho possível para a paz, de modo a evitar que se considere o “outro” como um inimigo, fugindo à lógica do confronto e da resposta imediata pelas armas. “Os encontros de religiões e culturas mostram, por si só, que este é o caminho a seguir, afirmar que é possível uma resposta diferente daquela que surge do confronto, da ideia do inimigo”, diz Isabel Bento, da Comunidade de Santo Egídio, chegada ontem da Alemanha onde participou no “Encontro para a paz 2003” que decorreu sob o signo das memórias do 11 de Setembro. “Falou-se muito no que significava dialogar neste mundo depois do 11 de Setembro, uma data que dava ainda mais significado à intenção de criar um encontro de culturas e religiões”, confessa. O mundo que mudou depois dos atentados não parece ter ainda assumido um caminho de diálogo e reconciliação. “As pessoas cada vez se fecham mais no medo e na desconfiança, o que traz a loucura, o terrorismo”, constata. Os mais de 500 líderes religiosos e políticos que estiveram presentes em Aachen de 7 a 9 de Setembro foram considerados pela comunidade de Santo Egídio um sinal claro de compromisso em favor da paz. “É mais difícil dialogar do que pegar nas armas, o caminho mais fácil. As consequências da guerra ou do terrorismo são, porém, a destruição da vida das pessoas, muito mais do que vemos fisicamente”, assegura Isabel Bento.

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