O nome de Rosário Farmhouse está há muitos anos ligada à procura pela dignidade humana, seja num contexto migratório como no cuidado a famílias e crianças em contexto de vulnerabilidade.
O seu contexto inicial moldou bem o seu caminho profissional: cresceu num bairro que após 1974 recebeu diversas nacionalidades, uma comunidade paroquial cristã aberta e disponível para receber diversos credos e procuras religiosas, uma casa familiar com a porta sempre aberta para acolher amigos e quem chegava de novo. Olhando a sua história, a opção pelo estudo de Antropologia, era o reflexo.
Na Cáritas Portuguesa, no Serviço Jesuíta aos Refugiados, no Alto Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, na Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens foi feliz a fazer pontes, a aprender e a ensinar como podemos viver juntos e a equilibrar a tensão entre as decisões de Bruxelas e as vidas que lhe chegavam, nem nome, identidade, uma casa ou dignidade.
Hoje, quase a encerrar uma vida política e pública, encontrou um caminho onde se afirma feliz e a prosseguir a sua vocação de construtora de pontes: ser formadora nas áreas da infância, das migrações, do diálogo e educação intercultural significa procurar que a sua experiência e os muitos nomes e histórias que conhece não fiquem só consigo – sejam vidas e espaço de empatia e transformação social.