Realçou, em Braga, Manuel Braga da Cruz, Reitor da UCP O Reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP) disse em Braga, dia 27 de Outubro, que o aumento das propinas nas universidades públicas “está longe de criar uma competição justa” no Ensino Superior. Para Manuel Braga da Cruz, que presidiu à sessão solene da abertura das aulas no Centro Regional da UCP, o pagamento de propinas de reduzido valor “tem efeitos perversos, para além de ser socialmente injusto” em comparação com os alunos que frequentam as universidades privadas. Reiterando as críticas feitas em anos anteriores no que diz respeito à paridade no acesso à universidade, nomeadamente o modo de financiamento (aos alunos, em vez das universidades), o Reitor da UCP congratulou-se com o facto desta instituição manter “sensivelmente” o mesmo número de alunos, ano após ano. E sobretudo, anunciou Braga da Cruz, por constatar-se que “a UCP é cada vez mais a primeira opção” por parte dos candidatos ao Ensino Superior, mesmo dos que têm melhores médias. Sendo sinais “de optimismo e de entusiasmo” no início de mais um ano lectivo, não escondem no entanto, como também reconheceu o Reitor da UCP, que há “áreas em crise”. Braga da Cruz destacou os cursos de Filosofia e Humanidades, informando que o decréscimo do número de alunos verifica-se tanto em Braga como em Viseu e Lisboa. É uma situação preocupante, salientou, principalmente “no momento em que nos preparamos para reforçar” a dimensão europeia, correndo o risco de perder a identidade nacional. “Um país sem Humanidades, sem Filosofia, é um país empobrecido” – acrescentou o Reitor da Universidade Católica. No início desta sessão solene, que decorreu na aula magna da Faculdade de Filosofia, o presidente da comissão instaladora do Centro Regional de Braga da UCP, José da Silva Lima, esclareceu que a manutenção do número de alunos, cerca de 1300, só é possível porque há um “esforço acrescido” na abertura das Faculdades a novas áreas do saber sem deixar de propor “o aprofundamento de uma cultura que tem por centro Jesus Cristo” e o seu Evangelho. A missão da Universidade Católica foi também lembrada pelo Arcebispo de Braga, servindo-se dos dois mais recentes documentos publicados pelo Papa João Paulo II. Sintetizando o que o Santo Padre diz na Exortação Apostólica pós-sinodal sobre os Bispos (Pastores gregis), D. Jorge Ortiga pediu que se continue a apontar Cristo como “a Esperança” que sobrevive “à falência das esperanças” apresentadas à Humanidade.