José Luís Nunes Martins
De que serve um mapa para um tesouro, se não soubermos onde estamos? Ninguém escolhe o seu ponto de partida. Importa saber e assumir o ponto exato em que nos encontramos na vida.
Qualquer peregrinação começa do ponto exato em que estamos quando tomamos a decisão de partir. O primeiro passo, que é o mais difícil, é passar da decisão à ação.
Mas ninguém pode ir de onde não está. Há quem não aceite as suas próprias circunstâncias e tente esconder a verdade ao mesmo tempo que apresenta uma mentira qualquer, mais ou menos elaborada.
Quase nunca estamos onde gostávamos de estar. Há quem se entristeça quando, depois de tanto sonhar, abre os olhos e percebe que neste mundo há pouco daquilo que desejava, mas também há quem viva de olhos abertos e descubra belezas até nos cenários mais pobres e sombrios.
Os males atingem-nos a todos. Alguns veem para lá do momento e acreditam no bem que existe antes e depois de todos os males.
Nós somos tanto de onde estamos como de onde viemos. Mas, mais do que de qualquer um desses dois, somos de onde havemos de chegar. Porque a vida é um caminho, uma aventura — para alguns, uma tragédia até — mas o final… bem, o final será o que cada um de nós decidir lutar para alcançar.
O céu é o fim que não tem fim, a vida da qual esta vida faz parte, e que muitos escolhem como sua meta.
Esta nossa vida é apenas a parte do caminho em que, livres, nos é dado decidir o destino que ambicionamos e o rumo que escolhemos para lá chegar.
Quantas vezes estamos longe e perdidos? Que bom seria que, mesmo aí, soubéssemos e nos sentíssemos a caminho. A caminho no nosso caminho. A caminho do nosso destino.
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