Novos sinais da aproximação China-Santa Sé

Jovens da Igreja «oficial» chinesa vão ao encontro com o Papa em Colónia Jovens católicos da Igreja «oficial» da China estarão na XX Jornada Mundial da Juventude, em Colónia, onde se encontrarão com Bento XVI. A notícia foi avançada hoje pela agência AsiaNews, do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras. Uma vintena de jovens chineses passaram hoje pelo Vaticano para participar na audiência geral desta manhã. Já na semana passada, este encontro ficou marcado pela saudação “particularmente afectuosa” de Bento XVI a um grupo de duas dezenas de padres da Igreja “oficial” chinesa, que se encontravam na sala Paulo VI. Segundo a AsiaNews, há já 50 jovens da Igreja Católica “clandestina” em Colónia, munidos de vistos de turista. No final do mês passado, a agência do PIME assegurara que o novo Bispo auxiliar de Xian, D. António Dang Mingyan, foi nomeado com a aprovação de Pequim e do Vaticano. Somado a esta audiência de hoje, este facto pode ser visto como um novo passo na anunciada aproximação entre as duas partes. Durante o seu período de férias nos Alpes italianos, Bento XVI confessou aos jornalistas as expectativas que nutre em relação ao diálogo com a China, referindo que “todos esperamos que siga em frente, temos esperança”. O governo chinês cortou relações com o Vaticano em 1951, dois anos após a subida do Partido Comunista ao poder. A Santa Sé mudou então a sede de Pequim para Taipé e é um dos 25 países do mundo que mantém relações diplomáticas com Taiwan, em detrimento da China. A Igreja clandestina na China, fiel ao Papa, é formada por católicos que não aceitam o controlo exercido pelo governo comunista através da Associação Patriótica Católica, instituição que se atribui o direito de nomear bispos ou controlar outros muitos aspectos da vida da Igreja. Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica “clandestina” conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos. Vários contactos informais têm sido desenvolvidos desde que Bento XVI sucedeu a João Paulo II, fazendo do estabelecimento de relações diplomáticas com a China uma das suas prioridades. A Santa Sé considera que não há “dificuldades insuperáveis” que impeçam o estabelecimento de relações diplomáticas com a China, desde que haja “boa vontade” de todas as partes.

Partilhar:
Scroll to Top