Bento XVI nomeia D. José Alves e D. Amândio Tomás para novas funções Bento XVI nomeou como novo Arcebispo de Évora D. José Francisco Sanches Alves, até agora Bispo de Portalegre-Castelo Branco. A decisão foi anunciada esta Terça-feira, 8 de Janeiro, dia em que foi ainda revelada a nomeação de D. Amândio José Tomás, até ao presente Bispo Auxiliar de Évora, como Coadjutor de D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real. D. José Sanches Alves sucede assim a D. Maurílio Gouveia, que apresentou a renúncia do governo pastoral da Arquidiocese por ter atingido o limite de 75 anos previsto no Cân. 401§1 do Código de Direito Canónico. D. Maurílio de Gouveia era o “decano” dos Bispos portugueses, dado que estava à frente da Arquidiocese de Évora desde finais de 1981. A partir de hoje, o Bispo há mais tempo à frente da sua Diocese é D. Joaquim Gonçalves (19 de Janeiro de 1991), actualmente em recuperação após recentes problemas de saúde. O Bispo foi internado no dia 16 de Outubro do ano passado no Hospital Santos Silva, em Gaia, devido a problemas cardíacos, tendo posteriormente sido tratado em Coimbra, desde onde escreveu a sua Mensagem de Natal à Diocese. D. José Alves O novo Arcebispo de Évora é natural da Diocese de Guarda. D. José Francisco Sanches Alves nasceu a 20 de Abril de 1941, na freguesia de Lageosa (Sabugal). Estudou Filosofia e Teologia nos seminários da Diocese da Guarda. Em 1966, a 3 de Julho, foi ordenado presbítero na Catedral de Évora. Em Roma fez o Curso de Ciências da Educação, na Pontifícia Universidade Salesiana, onde obteve o doutoramento em Psicologia. A sua actividade pastoral passou, primeiro, pela Arquidiocese de Évora, onde foi pároco de Escoural, Professor do Instituto Superior de Teologia, Secretário diocesano da Catequese e Reitor do Seminário Maior de Évora. De 1988 a 1998 foi Vigário Geral da Diocese. Na Arquidiocese de Évora foi ainda Coordenador Diocesano da Pastoral e Presidente do Cabido da Catedral. A 7 de Março de 1998 foi nomeado Bispo auxiliar de Lisboa, com o título de Gerpiniana. A ordenação episcopal celebrou-se em Évora, a 31 de Maio de 1998. Desde essa data, o seu trabalho pastoral decorreu no Patriarcado de Lisboa onde, além de outras actividades, era Vigário Geral e Moderador da Cúria. A 22 de Abril de 2004 foi nomeado por João Paulo II como Bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco. É vogal do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa e, desde 11 de Abril de 2002 preside à Comissão Episcopal de Acção Social e Caritativa, hoje Comissão Episcopal para a Pastoral Social. D. Amândio Tomás D. Amândio Tomás, novo Bispo coadjutor de Vila Real, ordenado Bispo em Roma por João Paulo II, a 6 de Janeiro de 2002, é oriundo de Cimo de Vila da Castanheira, em Chaves, onde nasceu em 1943. Natural da Diocese de Vila Real é nela que fica incardinado ao ser ordenado presbítero em 15 de Agosto de 1967. O seu percurso académico leva-o até Roma à Universidade Gregoriana e ao Instituto Bíblico, locais onde se licencia em Teologia e em Ciências Bíblicas respectivamente. As novas habilitações académicas fazem com que passe pela docência no seminário de Lamego e na Faculdade de Teologia na Universidade Católica no Porto. Porém é em Roma que D. Amândio acaba por desenvolver a maior parte da sua actividade. Vice-Reitor do Colégio Português em 1976 e Reitor daquela Instituição desde 1982, permanece em Roma até 5 de Outubro de 2001, o dia em que João Paulo II publicou a sua nomeação para Auxiliar da Arquidiocese de Évora. No actual triénio, D. Amândio Tomás é o delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE). Auxiliares e coadjutores A presença de Bispos Auxiliares ou Coadjutores nas nossas dioceses é uma realidade a que os católicos já se habituaram. Esta missão nasce da preocupação da Igreja local em chegar a todos os seus fiéis, algo que poderia ser impossível para o Bispo diocesano em função da excessiva extensão da diocese, o exagerado número de habitantes, condições especiais do apostolado ou por outras causas várias. Na maioria dos casos, é uma necessidade especial – muitas vezes problemas de saúde – que exige que se dê ao Bispo diocesano um Bispo Coadjutor para o ajudar. O Bispo coadjutor é nomeado por iniciativa da Santa Sé e, ao contrário dos Bispos auxiliares, goza do direito de suceder ao Bispo diocesano quando este cessa as suas funções. “Vagando a sé episcopal, o Bispo coadjutor torna-se imediatamente Bispo da diocese para a qual fora constituído”, refere o cânone 409 do Código de Direito Canónico (CDC). O decreto Christus Dominus, do Concílio Vaticano II, sobre a missão pastoral dos Bispos na Igreja refere que “o Bispo Coadjutor, isto é, aquele que é nomeado com direito de sucessão, sempre há-de ser constituído Vigário Geral pelo Bispo diocesano”. Em casos particulares, a autoridade competente poderá conceder-lhe faculdades mais amplas. O Bispo deve ter pelo menos 35 anos de idade e 5 de ordenação presbiteral. Os Bispos, depois, distinguem-se em diocesanos sufragâneos, quando dependem de um metropolita e fazem parte de uma província eclesiástica; diocesanos isentos, quando dependem directamente da Santa Sé; titulares coadjutores, quando servem de ajuda ao bispo diocesano, com direito de sucessão; titulares auxiliares, de ajuda ao bispo diocesano, com ou sem faculdades especiais; eméritos, se cessaram o ofício por limite de idade ou por renúncia aceite. Arquidiocese de Évora A primeira notícia de um bispado em Évora data do Concílio de Elvira (303) em cujas actas figura o nome de Quinciano, Bispo de Évora. No período visigótico, a História regista os nomes de sete Bispos. Depois da conquista, D. Soeiro foi o primeiro de uma série de 35 Bispos (1166 a 1540), seguida de outra de 27 Arcebispos (1540-1981) que abriu com o Cardeal Infante D. Henrique. Na divisão eclesiástica de 1394 (Bula “In Eminentissimae Dignitatis” de Bonifácio IX) a Diocese de Évora ficou sufragânea de Lisboa, abrangendo toda a região alentejana. Pela Bula “Gratiae Divinae Praemium”, de 29.9.1540, Paulo III elevou a Sé de Évora à dignidade metropolítica, ficando com as de Silves e Tânger como sufragâneas. Em 1549, do seu vasto território, o mesmo Papa separou a parte a norte, ao criar a Diocese de Portalegre (Bula “Pro Excellenti Apostolicae Sedis” de 21.8.1549, executada em 24.4.1550), que ficou sufragânea de Lisboa. O mesmo Papa destacou ainda a parte oriental para constituir a Diocese de Elvas (Bula “Super Cunctas”, de 9.6.1570), que ficou sufragânea de Évora; mais tarde, por breve de 10.7.1770, Clemente XIV separou a parte Sul para constituir a Diocese de Beja. Com a remodelação diocesana ordenada por Leão XIII (Bula “Gravissimum Christi”, de 3.9.1881) a Diocese de Elvas foi extinta, ficando a Arquidiocese aproximadamente com o actual território. Em 1975 foi desmembrada uma pequena parte a favor da Diocese de Setúbal. O título de Arcebispo Metropolita, atribuído ao titular desta Diocese, indica que o mesmo preside a uma província eclesiástica constituída por diversas Dioceses. Este sistema administrativo veio da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313). Em tempos mais remotos, o Metropolita tinha largos poderes de jurisdição, que foram gradualmente reduzidos, sobretudo a partir do Concílio de Trento. Actualmente o Código de Direito Canónico (435-438) atribui-lhe a convocação e presidência do Conselho Provincial e, em certos casos, algumas intervenções nas dioceses sufragâneas. A insígnia própria é o pálio, que lhe é concedido pelo Papa. Em Portugal, desde o princípio da nacionalidade, há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora. Dados estatísticos (Anuário Católico de Portugal 2007) Superfície (Km2) 13 547 População – 290 400 Católicos – 246 325 Arciprestados (vigararias ou ouvidorias) – 9 Paróquias (ou equiparadas) – 158 – com pároco próprio (clero diocesano) -130 – com pároco próprio (clero religioso) -17 – confiadas a diáconos permanentes – 10 Capelanias – 40 Sacerdotes diocesanos (incardinados) – 84 – em serviço pastoral na diocese própria – 66 – em serviço pastoral noutra diocese – 16 – fora do serviço pastoral – 2 Sacerdotes religiosos residentes na diocese – 31 – total ou em parte ao serviço da diocese – 22 – ao serviço estrito do seu instituto – 9 Religiosos professos não sacerdotes – 9 Religiosas professas residentes na diocese – 150 Diáconos Permanentes (já ordenados) – 10 Diocese de Vila Real A Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI pela Bula Apostolicae Praedecessorum Nostrorum, de 20.04.1922, com paróquias vindas da Arquidiocese de Braga (166) e das Dioceses de Lamego (71) e Bragança (19) ficando com os limites do distrito do mesmo nome. Na altura da execução da Bula tinha 256 freguesias. Faz parte da Diocese a cidade de Chaves (a romana Aquae Flaviae) que, durante o domínio suevo, foi sede de um efémero Bispado Flaviense de que terá sido prelado o famoso Idácio de Chaves, autor do Cronicon. Fala-se ainda de um segundo Bispado de Betica, (Boticas?). A superfície da Diocese é de 4 273,20 Km2 e tem actualmente 264 paróquias. O primeiro Bispo de Vila Real foi o senhor D. João Evangelista de Lima Vidal (1923 – 1933), seguindo-se o senhor D. António Valente da Fonseca (1933 – 1967) e D. António Cardoso da Cunha (1967 – 1991). Desde então, é Bispo da Diocese D. Joaquim Gonçalves. Dados estatísticos (Anuário Católico de Portugal 2007) Superfície (Km2) – 4273 População (censo de 2001) – 208 200 Católicos (censo de 2001) – 206 420 Arciprestados (Vigararias ou ouvidorias) – 8 Paróquias (ou equiparadas) – 264 – com pároco próprio (do clero diocesano) – 71 – com pároco próprio (do clero religioso) – 6 – administradas por sacerdotes – 133 Capelanias – 210 Sacerdotes diocesanos incardinados – 147 – em serviço pastoral na diocese – 114 – em serviço pastoral noutra diocese 10 – fora do serviço pastoral – 23 Sacerdotes religiosos residentes na diocese – 14 – total ou em parte ao serviço da diocese – 9 – ao serviço estrito do seu instituto – 4 – fora do serviço pastoral – 1 Religiosos professos não sacerdotes – 3 Religiosas professas residentes na diocese – 96 Diáconos Permanentes (já ordenados) – 1