Conselho geral da organização católica manifesta preocupação com emigrantes e admite criação de linha de apoio
Leiria, 18 mar 2012 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa revelou hoje um crescimento de 91% no número de novos pedidos de ajuda entre 2010 e 2011, correspondente a 16 500 pessoas, além de um aumento de 50% no total de atendimentos realizados.
“Neste tempo complexo e com problemas de grande magnitude são essenciais projetos inovadores que ajudem a cimentar o bem comum e minorar a carestia de um grande número de portugueses”, referem as conclusões do conselho geral da Cáritas, reunido desde sexta-feira em Leiria.
O documento refere preocupações com “a falta de emprego e o número crescente de desempregados”, sublinhando ser “urgente rasgar caminhos e não pactuar com ações anestésicas que levam ao isolamento social”.
“São de extrema urgência ações de sensibilização para a poupança e dos riscos da má gestão dos recursos financeiros”, pode ler-se.
A Cáritas analisou as consequências do aumento da emigração nos últimos tempos “devido à falência de empresas e a consequente ausência de trabalho”, estando a analisar a criação de uma ‘linha de apoio’ aos emigrantes.
Os presentes sublinharam ainda a necessidade de “criar condições de apoio aos emigrantes nos países de acolhimento”.
Nesse sentido, está marcado para os dias 18 e 19 de abril, em Lisboa, um encontro entre responsáveis das Cáritas e das capelanias, bem como de responsáveis desta área da pastoral em Portugal, que conta ainda com o apoio da Obra Católica Portuguesa de Migrações e da Agência ECCLESIA.
O encontro de Leiria juntou representantes de 17 das 20 Cáritas Diocesanas existentes em Portugal, bem como o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga.
“Apesar de o trajeto não ser fácil, os agentes sociocaritativos devem ser operários no novo desenho das comunidades, olhar de forma atenta as diversas realidades e empenhar-se cada vez mais no serviço da caridade”, indicam os participantes, nas conclusões do conselho geral.
No encontro foram dadas a conhecer as “dinâmicas de implementação dos Grupos de InterAjuda Social (GIAS) que pretendem apoiar as pessoas em idade ativa, em situação de desemprego ou inatividade por circunstâncias de adversidade pessoal e social”.
A organização católica aludiu também às “dificuldades e desconhecimento” das pessoas na forma de aceder aos pedidos de isenção das taxas moderadoras, pelo que se encontra a colaborar com o Ministério da Saúde na “divulgação e informação sobre este direito da população”.
A Cáritas Portuguesa é uma instituição oficial da Conferência Episcopal Portuguesa, vocacionada para a promoção e dinamização da ação social da Igreja, constituída por 20 Cáritas Diocesanas e grupos locais de atuação de proximidade, com a colaboração de profissionais e voluntários.
OC