D. Filomeno Vieira Dias, o novo Bispo de Cabinda, afirma que o diálogo é o caminho para vencer obstáculos e preconceitos. Em entrevista à RR, D. Filomeno acredita que vai conseguir derrotar os anticorpos que se têm oposto à sua nomeação, designadamente, de elementos do Clero local e de parte da população. O prelado mostra-se mesmo disponível para ajudar a encontrar soluções para o Enclave angolano. Confiança e expectativa, apesar do ambiente de alta tensão que o espera, são os sentimentos do novo Bispo de Cabinda, que está nos derradeiros preparativos para a sua tomada de posse, agendada para o próximo sábado. D. Filomeno Vieira Dias espera ajudar a reconstruir a Igreja de Cabinda. “Eu vejo este momento com um momento de muita fé, muita esperança e muita caridade. Vamos construir esta Igreja, que em África é definida como família de Deus”, afirmou. D. Filomeno Vieira Dias clarifica neste contexto, a polémica gerada à volta da rejeição do seu nome para Bispo de Cabinda por não ser natural do Enclave: “Não me preocupa porque o ser cristão é ser cidadão do mundo”. A situação no território, mesmo do ponto de vista Eclesial, é complexa: sete padres estão suspensos e estão também encerrados os dois seminários diocesanos, mas D. Filomeno Vieira Dias acredita que as dificuldades serão ultrapassadas. “Vamos conversar e estou muito esperançoso. Acho que encontrando-nos vamos conseguir ultrapassar obstáculos e preconceitos”, disse. Já no plano político, a Igreja vai tentar aconselhar as partes envolvidas a procurarem as melhores soluções para o Enclave. D. Filomeno Vieira Dias foi nomeado em Fevereiro de 2005, por João Paulo II, para substituir D. Paulino Madeka, que resignou por limite de idade. A cerimónia de tomada de possa está marcada para o próximo sábado, dia 10, na Sé Catedral de Cabinda, e contará com a presença do Núncio Apostólico em Luanda e com a maioria dos Bispos angolanos.