Novo Bispo de Aveiro confessa emoção

D. António Francisco dos Santos foi nomeado Bispo de Aveiro na passada quinta-feira, quando estava em Roma. Em entrevista à Agência ECCLESIA, fala das emoções vividas nos primeiros momentos e do futuro próximo Agência ECCLESIA (AE) – Foi para Roma como bispo auxiliar de Braga e saiu de lá como bispo de Aveiro. Como encarou esta nomeação? D. António Francisco Santos (AFS) – Estive num encontro, em Roma, com 132 bispos e foi uma coincidência feliz. Na mesma hora que a notícia saiu (11 horas de 21 de Setembro) estava com Bento XVI, em Castel Gandolfo, acolher a sua mensagem aos bispos novos. Bento XVI disse-me para ir com alegria e optimismo para a Igreja de Aveiro. AE – Foi ordenado bispo auxiliar de Braga a 19 de Março do ano transacto. Passado um ano meio vai para titular da diocese de Aveiro. Um novo trabalho e uma nova realidade? AFS – Fui ordenado para servir a igreja de Braga onde encontrei uma imensa e dinâmica diocese. Com um milhão de habitantes, esta diocese tem um laicado cheio de dinamismo. Aprendi muito nesta igreja diocesana e penso que irei transferir o manancial recebido e aprendido para a Igreja de Aveiro. AE – O lema para a diocese de Aveiro? AFS – É mesmo que escolhi para lema episcopal: «In Manus Tuas». Acolhi esta nomeação com um sentimento de espontânea surpresa. Com esta surpresa inicial respondi: «Eis-me aqui Senhor» AE – Entrará na diocese de Aveiro no próximo 8 de Dezembro. Há alguma razão especial? AFS – É o Dia da Solenidade da Imaculada Conceição. Eu tenho uma profunda devoção mariana. Por outro lado é o dia do aniversário da minha ordenação sacerdotal. AE – É um homem do interior que foi transferido para a beira mar. Já se adaptou à realidade marítima? AFS – Já estou adaptado. Há uma curiosidade interessante: a minha paróquia natal (Tendais) é a última do distrito de Viseu que confina com o distrito de Aveiro. Aveiro começa ali onde nasce a minha terra. Nasci na encosta do Douro – trabalhei muito anos na diocese de Lamego – e agora vivo junto ao mar. O tempo que medeia a minha nomeação e entrada em Aveiro quero servir aquela igreja como bispo que reza pelo seu povo. AE – E depois de 8 de Dezembro? AFS – Quero continuar o imenso trabalho realizado por D. António Marcelino e D. Manuel Almeida Trindade. Aveiro tem a graça de ter dois bispos ainda vivos e que são um manancial extraordinário de memória viva. AE – Será um bispo próximo da Comunicação Social visto que esteve no jornal «Voz de Lamego»? AFS – Certamente. A minha experiência na Comunicação Social limitava-se ao espaço da Igreja diocesana de Lamego e aos emigrantes. Sempre gostei muito deste espaço de comunicação. Creio que a Comunicação Social, na tradição do Magistério da Igreja, é um grande espaço de cultura e de anúncio do Evangelho. AE – Como lida com as novas tecnologias? AFS – Com alguma dificuldade mas com encanto. Percebo que as novas tecnologias podem rasgar caminhos e abrir horizontes para anunciar o Evangelho AE – Uma das suas paixões são os emigrantes. Irá apostar também nesta área? AFS – Portugal continua a ser um país de emigrantes. Na diocese de Aveiro partiram muitos emigrantes para a Europa e também para a América, sobretudo a Venezuela. Estarei atento e quero estar com eles. Quero sentir as dificuldades que alguns passam nos países que os acolheram. Actualmente, Portugal e Aveiro acolhem imigrantes. Como sou filho e neto de emigrantes tenho uma sensibilidade particular para esta realidade.

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Agência ECCLESIA

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