Novo advento no panorama comunicacional

Emídio Rangel defende que a Igreja não pode perder oportunidades abertas pela transformação da Televisão

A paisagem mediática no panorama da comunicação social será diferente nos próximos tempos. Emídio Rangel defendeu esta manhã (24 de Setembro), em Fátima, nas Jornadas Nacional da Comunicação Social que “estamos no advento de um novo período em termos comunicacionais”.

Subordinadas ao tema «República – Comunicação – Igreja», no painel destas jornadas participaram também Francisco Sarsfield Cabral e D. Manuel Clemente.

Como o panorama comunicacional “será mais rico” onde predominará a “revolução digital”, este professor de Comunicação Social e com experiência nas áreas da televisão e rádio alertou os cerca de 150 participantes que, actualmente, “não se governa sem comunicação”. E adianta: “Já não chega só a hora da homilia e o espaço físico da Igreja, é preciso utilizar estes novos suportes”.

No tripé da comunicação, a Igreja já tem o seu grupo multimédia, “só lhe falta a televisão” – realçou Emídio Rangel.

Ao olhar para o início do século XX e mais, concretamente, para o período da 1ª República, Francisco Sarsfield Cabral, antigo director de informação da Rádio Renascença, sublinha que um dos pontos que levou ao confronto entre a República e a Igreja foi a “falta comunicação”.

No entanto, os republicanos reconheciam que a Igreja tinha uma “grande máquina de comunicação, através dos padres, que chegava facilmente às pessoas”. Por sua vez, os defensores da República utilizavam “os comícios” como veículo de informação.

Para D. Manuel Clemente, bispo de Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, a comunicação entre os meios católicos e os meios republicanos “era difícil e, muitas vezes, não existia”. “Era um diálogo de surdos” – completa.

Por outro lado, o antigo director da RR salienta que os “ataques às igrejas – incluindo jornais da Igreja” – denotava que “havia uma liberdade de imprensa muito limitada”.

Apesar de a Igreja ter membros com méritos reconhecidos em diversas áreas, D. Manuel Clemente afirma que “não havia espaço público”, porque o diálogo era “quase inexistente” entre os republicanos positivistas e os católicos tradicionalistas.

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