O próximo Sínodo dos Bispos já terá a marca de Bento XVI. Convocado por João Paulo II em 2004, o grande encontro de 250 Bispos de todo o mundo foi confirmado pelo novo Papa, deixando a certeza de que haverá diferenças de método e de conteúdo. O Sínodo pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de Bispos que representa o episcopado de todo o mundo e tem como tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja, com o seu conselho, para procurar soluções pastorais que tenham validade e aplicação universal. A Assembleia sinodal tem finalidades consultivas, e mesmo que em 2005 os Bispos não sejam convocados por Bento XVI para darem sugestões em vista de intervenções doutrinais, existem razões para que, num tema central para a vida e missão da Igreja, os prelados manifestem as exigências e implicações pastorais da Eucaristia. Bento XVI começa por deixar a sua marca na duração deste Sínodo, reduzido de quatro para três semanas (2 a 23 de Outubro), com a justificação de concentrar os trabalhos e favorecer ainda mais o aspecto sinodal e colegial”. Entre as novidades de procedimento estão o facto de cada padre sinodal ver o tempo disponível para a sua intervenção reduzido de 8 para 6 minutos. Com esta alteração consegue-se que, em cada dia, haja uma hora para intervenções livres, no final de cada Congregação geral – a fim de favorecer as trocas de impressão sobre questões da actualidade ligadas à Eucaristia. O número de participantes (250) não foi mudado, mas foi reduzido o tempo para os “grupos de trabalho”, que se reúnem segundo as cinco línguas do Sínodo. Na XI assembleia marcarão ainda presença um “número adequado de ouvintes, homens e mulheres”, bem como um grupo de peritos para assistir os padres sinodais. Outra das grandes novidades do próximo Sínodo relaciona-se com o número de “delegações fraternas”, representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais, cujo número duplica. Este é um dos gestos concretos de ecumenismo que Bento XVI tem pedido desde o início do seu pontificado. Enquanto que no último sínodo tinham participado representantes de 6 outras Igrejas, desta vez foram convidados 12 representantes das Igrejas Ortodoxas, das Igrejas Antigas do Oriente e das Comunidades nascidas na Reforma.
