Novas linguagens para a Vida Consagrada

Mais de mil participantes estão reunidos em Fátima para uma Semana de Estudos, em volta da figura de São Paulo Mais de mil consagrados e consagradas de todo o país e mesmo de outras nacionalidades estão reunidos em Fátima, de 21 a 24 de Fevereiro, para a 25ª edição da Semana de da Vida Consagrada, este ano centrada na figura de São Paulo. Segundo o Pe. Abílio Pina Ribeiro, organizador da iniciativa, neste Ano Paulino convocado por Bento XVI seria sempre obrigatório “relacionar São Paulo e a Vida Consagrada”. O objectivo, frisou, é “reconhecer o que Paulo tem a dizer aos consagrados e consagradas de hoje, considerando a sua mensagem e os pontos de contacto com as nossas situações”, em áreas como a justiça, a paz, a política ou a ecologia, entre outras. Outro ponto que merecerá atenção, no programa, são os resultados do recente Sínodo dos Bispos, sobre a Palavra de Deus. Os trabalhos foram inaugurados com uma conferência do jornalista Octávio Carmo, da Agência Ecclesia, dedicada ao tema “Paulo e os novos areópagos”, muito centrada nas questões levantadas pelas novas tecnologias da informação e na necessidade de se encontrarem “novas linguagens para atrair novos públicos”. “Não há espaços em branco na Internet. Se não o ocuparmos, alguém o vai ocupar por nós”, disse, por diversas vezes, interpelando os presentes a uma presença visível, constante e de qualidade no mundo virtual, através de páginas Web, blogues, chats, presença nas redes sociais, no Messenger e no YouTube, lembrando que neste último caso é o próprio Papa a dar o exemplo. 2000 anos após o nascimento de Paulo, frisou, as viagens dos nossos dias não são apenas físicas, mas virtuais, num mundo globalizados em que se multiplicam propostas e protagonistas. O jornalista alertou para a irrelevância a que, cada vez mais, o catolicismo está votado, defendendo que “é tarefa dos crentes adoptar um discurso adequado aos novos meios disponíveis”. O discurso, acrescentou, não pode ser “completamente alheio à linguagem e às sonoridades que as novas gerações se vão habituando a ouvir”. “Ficar de fora desta carruagem – por opção, ignorância ou negligência – é esquecer a coragem e o génio do Apóstolo, que esteve sempre na linha da frente para anunciar aquilo em que acreditava”, concluiu. Paulo e a Palavra D. Joaquim Ferreira Lopes, Bispo de Viana, foi a Fátima falar da “Palavra de Deus na vida e na missão das pessoas consagradas”. Para este responsável, “a Palavra de Deus não pode tornar-se um elemento como qualquer outro, um livro no meio de muitos outros, uma leitura como outra qualquer, uma devoção entre tantas outras”. “Os consagrados devem ler a sua vida com a Bíblia. Desta forma, os textos tornar-se-ão fogo que purifica e rebento que brotará no terreno mais árido”, acrescentou. O Pe. Joaquim Garrido, scj, abordou a figura de Paulo como “homem das encruzilhadas e das fronteiras”, a partir de uma “experiência decisiva”, o encontro com Cristo na estrada de Damasco. Em Paulo, frisou, o Evangelho surge como “proposta de salvação para toda a humanidade”. “Acima de tudo a caridade, vínculo da perfeição” foi o tema abordado por Frei Lopes Morgado, capuchinho, numa conferência centrada em vários textos de Paulo e do magistério da Igreja, com o intuito de mostrar que “o amor é possível”. O dia de Domingo concluiu-se com a realização de um painel, subordinado ao tema “No tempo de São Paulo e hoje”, em que foram abordados temáticas como “a condição feminina”, “o diálogo inter-religioso” e “a integridade da Criação”.

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Agência ECCLESIA

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