Nova organização para novas paróquias

D. António Marto propõe novos dinamismos para a paróquia e para o pároco perante as mudanças sociais Uma nova organização paroquial e pastoral é lançada por D. António Marto, Bispo de Leiria – Fátima. Uma proposta que lê no espaço paroquial as mudanças sociais e quer encontrar aí as respostas para uma pastoral integrada. Perante uma “crise epocal” que “normalmente dura décadas”, o Bispo de Leiria-Fátima admite que “não temos soluções prontas perante novos desafios”, mas através do “apelo à fé” acredita ser possível enfrentar dificuldades e procurar soluções. “A Igreja, ao longo da história, já passou por muitas destas ‘crises epocais’ e soube encontrar sempre novas formas de presença e de anúncio do Evangelho. Também nós temos de estar à altura da hora presente”, refere. D. António Marto, numa reflexão intitulada “Um Novo Olhar Pastoral: Paróquia, Vigararia e Missão do Vigário” indica não ser mais possível conceber a paróquia “isolada e fechada em si mesma”. “Acabou o tempo da paróquia auto-suficiente que oferecia tudo para todos e respondia a todas as situações e a todos os problemas”, sublinha. “Uma pastoral voltada unicamente para a conservação da fé e assistência da comunidade, já não basta”, indica. Como resposta, o Bispo de Leiria – Fátima afirma que uma pastoral evangelizadora tem de ser capaz de “criar e manter itinerários que aproximam as pessoas à fé”, tanto entre o que “busca”, como com o que “mesmo sendo baptizado, sente o desejo de escolher de novo o evangelho”. O trabalho pastoral (liturgia, da formação na fé, da pastoral dos jovens, da família, caridade, cultura, saúde, etc), só pode ser “realizado em conjunto”. D. António Marto enfatiza que não se trata de uma “colaboração meramente ocasional”, mas uma “colaboração e responsabilidade partilhada entre as comunidades”. Esta é uma “perspectiva que se abre para o futuro”, não uma prática resultante de “política de crise resultante da escassez do clero”, pois uma pastoral integrada “põe em rede os múltiplos recursos de que dispõe: humanos, espirituais, culturais, pastorais”. Valorização da vigararia Este plano pastoral exige uma nova valorização da vigararia que “vai mais para além das relações funcionais ou convergência de interesses práticos”. D. António Marto aponta a vigararia como centro da “unidade pastoral”, promovendo uma “nova qualidade de evangelização”. “Assim, será possível realizar também uma valorização das competências, um intercâmbio de dons e ministérios, uma partilha e poupança de recursos, um reequilíbrio dos encargos de trabalho”, adianta. O lugar do pároco “Se acabou a época da paróquia auto-suficiente, acabou também o tempo do pároco auto-suficiente”, sublinha o Bispo de Leira–Fátima. O sacerdote deve deixar de “pensar no seu ministério isolado”, promover carismas, vocações, ministérios a partir da corresponsabilidade e não pode “reduzir os fiéis leigos ao papel de meras tropas auxiliares”. D. António Marto termina a reflexão sublinhando que a missão do vigário deve centrar-se “na pastoral e não ser só jurídico-administrativa”, fomentando e coordenando a actividade pastoral comum e animando a vida do presbitério local. Notícias relacionadas Um Novo Olhar pastoral: Paróquia, Vigararia, e Missão do Vigário

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