Nova atitude nas relações Europa-África

Pe. José Maia espera chamada de atenção para as desigualdades, a má gestão dos recursos e os direitos humanos O Pe. José Maia, presidente do Conselho de Administração da Fundação Evangelização e Culturas, denuncia um interesse macro estratégico na Cimeira Europa-África. “Hoje todos querem ter acesso a recursos energéticos e naturais”, garante. Céptico quanto aos restantes temas, prefere aguardar os resultados finais da Cimeira Europa-África. “É muito assunto para pouco tempo, e pouca disposição para resolver problemas”, adianta. O presidente do Conselho de Administração da FEC aponta que Portugal deveria colocar no primeiro plano os direitos humanos. Do ponto de vista político e institucional, a Europa e a Presidência Europeia têm uma longa agenda. Portugal quis incluir aspectos que considerou estratégicos para a cooperação. Para além da aprovação do Tratado Reformador, Portugal insistiu na realização de duas cimeiras – uma com o Brasil e esta agora com África – centrando-as nas preocupações europeias. Chamar a atenção para as desigualdades em África, a má gestão dos recursos por parte dos dirigentes, as assimetrias, os direitos humanos, são pontos indicados pelo Pe. Maia como essenciais na agenda. “O governo português está a ser forte com os fracos e fraco com os fortes”, aquilo que indica ser uma atitude interna, mas “notória nas relações externas”. O sacerdote Claretiano afirma que a Cimeira “é boa”, mas adverte para a monopolização que vai existir dada a presença do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe e Muammar Khadafi, Chefe de Estado da Líbia. “Será muito pobre se isto acontecer”, adianta. Sabendo que as grandes decisões não passam pelos dias 8 e 9, quando os chefes de Estado e do Governo dos países europeus e africanos se reunirem em Lisboa, pois vêm já estudas previamente, admite que os temas tenham “recolhido várias propostas e que a vinda dos chefes seja apenas «carimbo branco»”.

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