Solidariedade e presença fraterna!
Neste momento em que toda a nossa Diocese, com as suas paróquias e instituições, vive momentos de grande sofrimento e apreensão, devido aos incêndios que assolam várias partes da nossa ilha, quero expressar a minha solidariedade espiritual e profunda comunhão para com aqueles que estão a ser mais atingidos e mais sofrem com esta calamidade.
A nossa solidariedade é, afinal, para com toda a população da Madeira, profundamente chocada, angustiada e impotente para resolver, de forma rápida e satisfatória, um problema de tão grandes proporções e consequências ainda imprevisíveis para a vida pessoal, social e económica de tanta gente.
Não posso, no entanto, deixar de transmitir uma mensagem de fé e de esperança cristãs que, em tantas outras ocasiões, têm constituído elementos extraordinários de animo, coragem e fortes apelos à autoestima e superação de abatimentos psicológicos, perante situações graves e difíceis.
Quero também deixar uma palavra de apreço e gratidão a todos quantos se empenham no combate aos incêndios, nomeadamente aos “soldados da paz” que, sem descanso, ao longo destes dias, têm dado toda a sua coragem, força e determinação para trazer a paz, a serenidade e um horizonte de esperança para a nossa Ilha, na sua reconhecida e tão apreciada beleza.
A Diocese do Funchal, através da Cáritas Diocesana, que mais uma vez se colocou no terreno, desde a primeira hora, procurará prestar todo o seu apoio às necessidades das populações que têm sido e estão a ser afetadas por estes incêndios. Peço, especialmente, a todos os sacerdotes, responsáveis pelas paróquias das zonas mais atingidas, que acompanhem de maneira muito fraternal e próxima todos aqueles que passam por grandes dificuldades nestes momentos.
Se nos custa e torna difícil enfrentar as adversidades e rigores de alguns fenómenos naturais, são absolutamente inaceitáveis e reprováveis todas as ações de irresponsabilidade, negligência ou crime premeditado. Quando existem suspeitas de “fogo posto”, sejam quais forem os motivos de tais provocações, interrogamo-nos sobre os sentimentos humanos, valores e sentido da responsabilidade de quem tais atos pratica. Como é importante anunciar o Evangelho de Cristo a todos, formar os corações e as consciências à luz da verdade, da justiça e do amor fraterno.
Em profunda comunhão com todos os diocesanos, que vivem estes momentos de apreensão e sofrimento, confio todos e em especial aqueles que se empenham no combate aos incêndios à proteção da Senhora do Monte, nossa padroeira.
Funchal, 19 de julho 2012
D. António Carrilho, bispo do Funchal